"Estou farto de carregar este penedo de injunção e de não haver o jeito de o levar a lado algum. Ó pico de límpida montanha da leda Antónia, ó leveza do Topo de Coroa e Monte Gordo, dizei-me vós, oh súmulas huris do meu país, que devo então fazer para me verdes!? Oh azimute da minha ínclita e deífica presteza que nunca chega! Preciso do elemental Bóson de tudo ou de partícula de Deus na tela da minha mente."
Hoje é data de emergir – fecundo, ungido e pronto -,
para lutar no fundo de suplício e no tártaro-cilício de um neófito dervixe.
E para mim – um não ameno nem recente nascituro – um dia ingrato e doloroso.
Sou da eira de Cutelo de Eutimia e da degustante divisação do assomo de epifania,
no palanque do meu ampliado Sol na Fronte e de Nirvana na barreira de horizonte.
Venho da linha de fronteira entre a Ribeira de Candura e apaziguada Casa d’Alva,
no enfiamento de Milho Pula, garupa de Monte Hircino e esguia Achada Equestre.
Tudo em Arcádia de Menone, de incensada e de jocunda instância de remanso,
bem no Arquétipo dos Anjos da minha ínsula formosa, mirífica e benquista.
Venho das encostas de blandícia e das sublimes herdades da minha tribo;
venho e trago na plelica de retina o nome pastoril da aldeia da minha gente;
venho da parte do meio de vós, que tanto estimo e não pretendo virar a nuca.
Sou um árcade serôdio e assumido, um tanto saudosista do meu arraial
e adoro a esnobe sinfonia de não ecoar o nome do ser em pauta na sonoridade denotativa.
E lá, na pureza da minha naífe ingenuidade, costumava ter os olhos na Enseada do Levante,
na ramagem dos doirados firmamentos do “pássaro divino” e da sempre mística esperança.
Guardo no peito ainda hoje uns sonhos não cantados e revelados. Tenho pena da minha sina,
nesta coutada de Dictina, que tanto me maltrata, esconde ecúleo e nada diz da minha chaga.
Neste ambiente não taful e de jamais me instar a inalar os ares de hedonismo do patronato,
confesso não ter pinta de otimismo nem pátena na mão para os atos de brinde e laudação.
Ando atordoado de tórridas borbulhas, de pérfidas baiúcas e de sórdidas locandas.
Estou farto de carregar este penedo de injunção e de não haver o jeito de o levar a lado algum.
Ó pico de límpida montanha da leda Antónia, ó leveza do Topo de Coroa e Monte Gordo,
dizei-me vós, oh súmulas huris do meu país, que devo então fazer para me verdes!?
Oh azimute da minha ínclita e deífica presteza que nunca chega!
Preciso do elemental Bóson de tudo ou de partícula de Deus na tela da minha mente.
*Mirone, diligente, devoto assediador e mesmo assim um arredado da escelsa pulcra terra.
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