Chegou ao fim esta série, que nasceu numa manhã, quando, como sempre, mantinha o meu momento de conversas com o Pai. Senti que podia ser válida, não só porque são histórias reais, com pessoas que ainda estão vivas e que, portanto, ainda podem “dar fé” do sucedido.
Também considerei que podia activar e estimular a fé de muitos, ajudar outros a acreditarem que também podem ter o seu milagre e lembrar a todos que há ajuda sobrenatural quando as nossas forças acabam.
Finalmente, queria ajudar a desmistificar o milagre como sendo propriedade de um grupo religioso, de alguns gurus ou profetas auto-proclamados ou fruto de poderes mágicos, com rituais estranhos. Mas também que o milagre não depende de nenhum tipo de pagamento.
Agradeço a todos que separaram um tempo para ler os sete episódios, obrigado pela confiança. Agradeço a muitos que comentaram os posts e também aqueles que se comunicaram comigo por mensagens privadas. Deus saberá recompensar e responder os vossos desejos.
Em jeito de conclusão, quero sublinhar, uma vez mais, que o milagre, que não é merecido por ninguém, provém do propósito de Deus e da fé existente na pessoa que o pede e o recebe. Sempre, ainda que não explícito ou por desconhecimento, há um grão de mostarda no coração que tem a necessidade de um milagre. Mesmo que a pessoa não seja religiosa, usando uma expressão popular embora imprecisa, nem tenha conhecimentos bíblicos.
Quer exemplos?
Em Porto Alegre, no Brasil, uma senhora, que foi alfabetizada já adulta e cujo conhecimento maior de Deus provinha do seu relacionamento com o Criador, entra no autocarro e, de forma natural, chega à fala com a passageira do lado, sobre coisas do dia a dia. Finda a viagem, e depois da conversa que versou vários temas, despediu-se da passageira com um “fique com Deus”.
De repente, a passageira decidiu descer do autocarro e seguir a senhora que ficou meio sem jeito, quando a companheira de viagem meteu a mão na carteira. “Assalto??”, terá pensado?! Foi então que a passageira confessou: “senhora, olha essa faca, tinha decidido suicidar-me hoje, mas depois da nossa conversa e de me falar em Deus… mudei de ideia”.
Um grãozinho de fé nasceu no coração da passageira que tinha chegado ao fim da linha e evitou uma grande tragédia humana. A senhora, que colocou o grãozinho, sentiu-se reconfortada com a “graça” de Deus.
O nome dela é Eva da Rosa e é mãe da Valéria, minha mulher. E está viva para “dar fé” da história.
Do outro lado do Atlântico, na década de 1940, um jovem ajudante de padre, em Santa Catarina, Cabo Verde, liderou um grupo que assumiu a tarefa de recolher o maior número de Bíblias que os “protestantes” – uma novidade na terra – estavam a distribuir na região. O passo seguinte foi queimar as Bíblias para que ninguém ouvisse as “boas novas”.
O jovem, entretanto, inquietado pela curiosidade - eu diria por Deus - decidiu guardar um “dos livros dos protestantes para ler e ver por que tanta azáfama. No silêncio do seu quarto, em Cabeça-de-Carreira, ele leu o livro sem parar e começou a questionar práticas e ensinamentos que tinha aprendido. O livro, praticamente, falava directamente ao seu interior.
Chamou-lhe a atenção o facto da salvação ser gratuíta, sem pagar nem sacrifícios humanos. Sozinho, falou com Deus e saiu pelas ruas a contar as “boas novas”, o que lhe custou perseguição, abandono dos amigos e até familiares bateram-lhe com a porta na cara porque tinha “virado protestante”.
Aquele jovem é o meu pai, Álvaro Barbosa Andrade, Nununo, que depois assumiu a missão de levar as “boas novas” até o seu último suspiro.
Um milagre em alguém que sequer conhecia a Bíblia, embora tivesse uma religião tradicional. Mas tinha fé.
Os milagres ainda acontecem e estão à disposição de qualquer que tenha fé em Deus e digite o Código certo: a vontade de Deus.
Deus está ao alcance da nossa vontade e da nossa fé. E o seu milagre também.
Abraço a todos!
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