Na abertura da IV Conferência da Década do Oceano, José Maria Neves reafirmou o compromisso do arquipélago em transformar a vulnerabilidade geográfica em força geopolítica, e o oceano em “fonte de conhecimento, prosperidade e cooperação”. O presidente da República defendeu, ainda, que “através da ciência, da inovação e da diplomacia azul, Cabo Verde projeta-se como nação oceânica, resiliente e conectada ao mundo”.
Foi oficialmente aberta esta manhã, na cidade de São Filipe, ilha do Fogo, a IV Conferência da Década do Oceano, numa cerimónia presidida pelo presidente da República, José Maria Neves.
O ato solene contou, ainda, com as intervenções do Presidente da Câmara Municipal de São Filipe e do presidente dos Municípios do Fogo e da Brava, bem como da Representante Residente do Sistema das Nações Unidas em Cabo Verde, que sublinharam a “importância estratégica do oceano para o desenvolvimento sustentável” do país e da região.
Na sua intervenção, José Maria Neves reafirmou o compromisso de Cabo Verde em “transformar a vulnerabilidade geográfica em força geopolítica, e o oceano em fonte de conhecimento, prosperidade e cooperação”.
“Através da ciência, da inovação e da diplomacia azul, Cabo Verde projeta-se como nação oceânica, resiliente e conectada ao mundo”, disse o chefe de Estado cabo-verdiano.
A IV Conferência da Década do Oceano, que encerra este sábado, 11, decorre sob o signo da mobilização nacional e internacional para a proteção dos ecossistemas marinhos, o reforço da literacia oceânica e a valorização do mar como vetor de desenvolvimento inclusivo e sustentável.
Após a sessão de abertura, foram apresentados o balanço das realizações desde a Declaração adotada na ilha do Sal, bem como a Declaração dos Jovens, fruto do Workshop dos Mosteiros que integrou a Semana de Pré-eventos desta conferência, evidenciando o envolvimento intergeracional e o compromisso renovado com a agenda oceânica.
Da ilha onde o fogo encontrou o mar e se fez terra
Começando por agradecer aos municípios do Fogo e da Brava, ao Projeto Vito, à sociedade civil e aos cidadãos “pelo caloroso acolhimento e todo o apoio concedido”, o presidente da República considerou que a realização da conferência nesta região “demonstra a nossa indómita vontade de descentralizar, de trazer mais poderes, mais recursos, mais eventos, mais vida às ilhas”.
“Da ilha onde o fogo encontrou o mar e se fez terra, erguemos hoje a nossa voz em defesa do planeta azul. Nós somos filhos do mar! Aqui, onde a terra arde e o oceano respira, onde o céu abraça o Atlântico e a rocha se funde com a brisa, sentimos — talvez como em nenhum outro lugar — que a Terra é um corpo vivo: interdependente, frágil e magnífico. O oceano é o seu coração pulsante”, disse José Maria Neves.
Compromisso moral, civilizacional e profundamente humano
Na sua qualidade de Patrono da Aliança da Década do Oceano, o presidente da República assumiu, em nome de Cabo Verde e dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento, a “responsabilidade de ser uma voz ativa em defesa dos oceanos e das comunidades costeiras” em todo o mundo.
Um compromisso que “não é apenas institucional; é moral, civilizacional e profundamente humano”, salientou José Maria Neves, afirmando que “Cabo Verde reafirma, assim, a sua determinação em transformar a vulnerabilidade em força e o oceano em fonte de conhecimento, prosperidade e cooperação”.
Sob o lema “Unindo Saberes, Protegendo os Mares: Ciência Oceânica para Todos”, a IV Conferência da Década do Oceano, traduz, ainda segundo o chefe de Estado, “a essência deste compromisso: democratizar o saber, partilhar o conhecimento e transformar a ciência em ação concreta”, através da gestão racional da água, do solo e do mar”. O que, para José Maria Neves, se trata de “uma questão de sobrevivência, mas também uma escola de sabedoria e inovação”.
Fotos: PR
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