Cabral não é marca de grogue e nem Iogurte de Banana

O problema nem é a direita, essa já se sabe que vê Cabral como entre parêntesis da história, justo o seguimento que mais tem feito e dignificado o Amílcar Cabral. O problema é mesmo a esquerda cabo-verdiana que se diz herdeira do homem e o trata como se fosse logotipo de campanha, mascote de congresso, ou biografia de bolso para agitadores de redes sociais que não leram uma linha do que ele escreveu. A esquerda que se diz cabralista, mas cala. Cala-se quando deviam berrar. Cala-se por estratégia, por medo de parecerem desatualizados, ou pior, porque se habituaram a usufruir da imagem...

Francisco Carvalho admite que saneamento continua a ser um dos grandes desafios da Praia

A problemática do saneamento na capital do país continua a ser “um dos grandes desafios” da administração do presidente da Câmara Municipal da Praia, Francisco Carvalho.

Manual de L&CCV do 10.º ano: estamos a fugir dos caminhos. Nem escrita pandialetal, nem contra-ataque à sociedade civil nos fazem avançar

Acredito que o futuro da língua cabo-verdiana na escola depende menos de confrontos e mais de investigação partilhada, sensibilidade cultural e maturidade institucional. Por isso, reafirmo: a proposta de escrita pandialetal deve ser retirada do manual, pois constitui uma tentativa de padronização. Já existe um instrumento oficial — o Alfabeto Cabo-verdiano, flexível e representativo. Que o aperfeiçoemos juntos — sem atalhos, sem imposições, sem máscaras — se, de fato, a proposta das autoras visava ser apenas uma nova forma de escrita. Não sei como, mas a experimentação —...

Ignorância tem açúcar! (Porque às vezes é doce ficar burro... até levar a dentada de um livro.)

Dizia-se que era leitor assíduo de Cheikh Anta Diop. Mas era só o caderno de dívidas do bar. Cada copo fiado, uma linha. Cada calote, uma repetição obsessiva da única frase que aprendeu a escrever: “Liketi ki fia.” Quando tentou levar o caso à justiça, o juiz, também devedor, devolveu-lhe o caderno com o sarcasmo burocrático de quem carimba sonhos em papel higiênico: — Isto não é prova. — Mas é testemunho, respondeu ele.

Política.cv: Confronto de ideias e propostas de governação

Não é por acaso que vários quadros competentes da República se esquivam de expor ao pleito das disputas políticas em Cabo Verde, porque esse terreno tem-se tornando tóxico, de baixo nível de debates na diferença, intolerante para com os novos brilhos de estrelas que em cada disputa se despontam no horizonte das constelações crioulas, tornando a nossa democracia cada dia mais desprovida do sal da diferença e, por conseguinte, mais preocupante e menos pluralista, abrindo brechas para espaços do populismo fora da arena dos princípios de valores e participação consciente que o voto...

E se o infrator pudesse falar sobre a justiça: Entre a punição e a humanização

Cabo Verde tem a oportunidade de reinventar sua justiça, transformando-a de instrumento de exclusão em ferramenta de construção de dignidade. O caminho é longo, mas começa com um passo simples: enxergar o infrator não como um problema a ser eliminado, mas como um cidadão a ser resgatado. Como muito bem lembrado por Dostoiévski: "O grau de civilização de uma sociedade pode ser julgado por suas prisões". Se quisermos um mundo mais justo, é tempo de trazer os excluídos para o centro do debate não como monstros a serem temidos, mas como espelhos de nossas próprias falhas coletivas.

Restaurante "Poial Assomada" afirma-se como espaço de promoção cultural

O restaurante “Poial Assomada”, em Santa Catarina (Santiago), desde a sua abertura em 2017, tem sido um recinto destinado à promoção da cultura cabo-verdiana, dando palco aos artistas em diversas áreas culturais.