Se, como Narciso, nos encantamos com o reflexo de nossos sonhos na água, foi para descobrir que essa mesma água, fluida e implacável, também guardava o segredo de nossa perenidade. Na juventude que ousa, na beleza intocada do idealismo, e na persistência de um projeto que, mesmo parecendo falhar, deixou uma marca indelével na história de Santiago. Nossa vitória, então, não foi a realização imediata dos sonhos que acalentamos, mas o legado que permanece gravado na pedra, nas almas e nas águas eternas da ilha. Haveremos de voltar para continuar a vos contar mais sobre o nosso...
"Todos nós éramos, todos nós fomos, todos nós seríamos, todos nós viríamos a ser repositórios dos vários mundos da luta"
O presidente da UCID oficializou hoje, no Sal, a candidatura do seu partido à câmara municipal da ilha, propondo dar a sua “melhor contribuição” para a melhoria da qualidade de vida dos salenses.
O poeta tem lutado, à sua maneira, contra a “tara da nacionalidade” e as “peias da identidade”, que a instituição, veículo societário movido a energia social, tende a impor-lhe a contrapelo de sua vontade, mas é justo salientar, quanto à crítica, que ele tem fornecido o arsenal significante e significativo que autoriza a sua radicação no arquipélago. Aliás, não podia ser de modo diferente. Que o poeta se avantajou e ultrapassou a condição arquipelágica, a insularidade do sujeito, das ilhas e da sociedade nacional, para se expandir pelas comunidades de língua...
"Não podia nunca deixar de dar publicamente esta demolidora e violenta resposta, porquanto, se escolhemos ficar calados diante de um desaforo ético, escolhemos o lado do perpetrador. Eu que vivo de imaginar mundos, para além da pobre lógica compreensiva de quase todos, devo dizer que nunca vi nem imaginei tamanho bruto besta sem redenção, jamais me deparei com tão deslustrada e descabrestada espécie jumentícia (ainda que com nome de gente: Mário Tavares, fixem), um lanudo que deve ser rapidamente classificado e mandado para um zoológico como jumento que fala, «asinus dicenti»,...
Vencido o medo, a miséria, as epidemias, a ignorância, a fome e a seca, contamos hoje 17 885 dias de independência, livres do colonialismo, o que se traduz em 49 anos de uma nova relação entre os Estados de Portugal e de Cabo Verde, com uma diplomacia autónoma e equilibrada.
Se o Ministro da Cultura usasse o seu tempo livre para conhecer mais sobre a nossa história cultural ou para ler os poemas de Jorge Barbosa e da sua participação nos Claridosos, não agiria tão infantilmente.