Um Presidente de Câmara não deve merecer tratamento diferenciado pelo seu status quo, porém intriga e revolta-me que o desaparecimento físico de Beto Alves, figura de destaque da política local e Nacional, falecido em pleno exercício de mandato, após conquista de um segundo, dirigente do partido no poder, que inclusivamente, renovou o seu mandato nas últimas eleições Legislativas, continue por explicar. Santa Catarina de Santiago, Assomada, Santiago Norte e a ilha de Santiago viram partir um dos seus filhos, mas os esclarecimentos tardam em chegar. Se se tratasse de um anónimo, comum dos mortais, o que deveríamos esperar?
Completaram-se no passado 24 de Junho 6 meses da partida do autarca de Santa de Catarina de Santiago, José Alves, mais conhecido por Beto Alves. Se cedo se intuía que o pior cenário seria difícil de evitar, com surgimento de notícias do falso falecimento tais anseios ganharam força e na véspera de Natal o óbito foi decretado.
Volvido meio ano, as redes sociais são invadidas por manifestações de saudades de amigos, familiares, conhecidos, munícipes, colegas de infância e profissão, gera-me estranheza que nenhum destes questione o que é feito da investigação. Cabe-me perguntar, ainda há investigação, ou o caso foi sorrateira e convenientemente esquecido?
Após o incidente que culminou com a hospitalização do autarca, a Polícia Judiciária, responsável pelo caso, avançou com a tese de suicídio. Contudo, dada a contestação popular, mas sobretudo pela falta de força de sustentação, acabou por remeter-se ao silêncio, alegando segredo de justiça.
Um Presidente de Câmara não deve merecer tratamento diferenciado pelo seu status quo, porém intriga e revolta-me que o desaparecimento físico de Beto Alves, figura de destaque da política local e Nacional, falecido em pleno exercício de mandato, após conquista de um segundo, dirigente do partido no poder, que inclusivamente, renovou o seu mandato nas últimas eleições Legislativas, continue por explicar. Santa Catarina de Santiago, Assomada, Santiago Norte e a ilha de Santiago viram partir um dos seus filhos, mas os esclarecimentos tardam em chegar. Se se tratasse de um anónimo, comum dos mortais, o que deveríamos esperar?
Cabo-Verde vem acumulando nos últimos anos situações de mortes que ficam por explicar e este facto só pode significar um retrocesso atroz da nossa Justiça no geral, investigação criminal em particular. Não há crimes perfeitos, supondo que se tratou de um, mas falta fazer e querer mais.
6 meses que partiu para terra longe, mas longínquos são os contornos da sua partida. Desejo que daqui a outros tantos não seja somente data de lamentar o seu precoce falecimento e a realização da missa de ano, cumprindo a tradição religiosa.
As minhas sinceras e profundas condolências àqueles que lamentam e choram, ou choraram a sua morte, paz à sua alma.
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