O Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, disse hoje que se reuniu na sexta-feira, 25, com o primeiro-ministro, que lhe informou sobre o dossiê da Cabo Verde Airlines (CVA) e que está a acompanhar o seu desenrolar.
Segundo o chefe de Estado, na reunião habitual com Ulisses Correia e Silva, esta que decorreu depois de uma ausência em missão de serviço fora do País, foi informado dos propósitos que o Governo tem em relação ao dossiê “Cabo Verde Airlines”.
Para o Presidente da República, está-se perante um “problema que não é de agora” e, por isso, a procura de novos parceiros “deve ser feita com cautela, prudência, estudo e serenidade”, de forma que sejam encontrados os “melhores caminhos e soluções”.
Jorge Carlos Fonseca fez essas considerações ao ser instado pelos jornalistas a pronunciar-se sobre o caso da CVA, quando recebeu, na sua residência, a equipa de recenseadores no quadro do Recenseamento Geral da População e Habitação.
Os transportes aéreos, enfatizou o chefe de Estado, é “fundamental” para os cabo-verdianos poderem deslocar-se, por um lado, entre as ilhas, e, por outro, para fora do País.
Segundo ele, em relação ao caso CVA, o papel do Presidente é “acompanhar, aconselhar e corrigir, se for o caso”, mas, realçou, “neste momento, é sobretudo, informar-se e acompanhar, digamos, os passos que o Governo vai dar porque não é um dossiê fácil, como se deve imaginar”.
“O Presidente [da República] tem ter sempre esta postura de optimismo, de moderação e de procurar ajudar o Governo a encontrar as soluções, que são melhores para nós todos”, concluiu.
Entretanto, sobre o arresto do Boeing-757, Jorge Carlos Fonseca não quis pronunciar-se, alegando que se trata de um problema que implica autoridades judiciais, além de não conhecer os pormenores do referido dossiê.
“Em Cabo Verde, temos que ter sempre confiança de que as nossas instituições são credíveis, sólidas e legítimas e, portanto, encontrarão as soluções justas e de acordo com as leis do País”, lançou Jorge Carlos Fonseca.
No início desta semana o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, anunciou a decisão do Governo de reverter a privatização dos 51% do capital da Cabo Verde Airlines que está na posse da Icelandic, com o argumento de que o parceiro estratégico não está a cumprir com as suas responsabilidades.
Na sexta-feira, 25, a ministra da Presidência do Conselho de Ministros confirmou que o Governo pediu o arresto do único avião da companhia para servir como garantia para pagar as dívidas da companhia junto de credores e fornecedores.
Por sua vez, o presidente do conselho de administração da CVA, Erlendur Svavarsson, manifestou-se “surpreso e decepcionado” com a decisão do Governo de “tentar prender na ilha do Sal” o avião que “nem é propriedade da companhia”.
Numa mensagem enviada à imprensa, este sábado, Erlendur Svavarsson esclareceu que o avião está “apenas alugado à companhia”, adiantando também que o proprietário da aeronave “já exigiu o cancelamento da matrícula da aeronave no registo cabo-verdiano”.
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