O concelho da Praia registou até início desta semana 53 casos de paludismo, sendo 49 autóctones, informa o Serviço de Vigilância e Respostas às Epidemias da Direcção Nacional de Saúde (SVRE).
Segundo informações da directora deste serviço, que considera “pouco normal” a ocorrência de casos de paludismo nesta época do ano, o número contabilizado até ontem em comparação com os últimos cinco anos é “muito maior”. Na verdade, os 49 casos autóctones registados só na cidade da Praia nos sete meses deste ano são superiores ao total notificado em todo o país no ano passado (47), mas os importados são menos do que os registados em todo o ano passado, que teve 28 casos.
Ainda de acordo com Maria de Lurdes Monteiro, no ano 2012 o país até o mês de Julho teve zero casos de paludismo. "Zero também em 2013, quatro em 2014, zero em 2015 e apenas um caso em 2016".
Quanto a dados referentes ao ano, o país registou um caso de paludismo autóctone em 2012, 22 casos em 2013, 26 em 2014, sete em 2015 e 47 casos em 2016.
«Neste momento, está a ocorrer um evento inabitual na cidade da Praia com o aparecimento desses casos. Não é hábito nesta altura do ano, antes das chuvas, aparecerem tantos casos. Até ao momento já temos 49 casos autóctones e quatro importados, totalizando 53», contabilizou em declarações à agência Lusa a delegada de Saúde da Praia, Ulardina Furtado.
A médica disse que no início os principais focos de casos se situavam na zona baixa da Praia, como o Taiti, Parque 05 de Julho, Várzea e Ponta Belém, mas depois ´espalhou-se por toda a cidade da Praia´, chegando a Achada de Santo António e Lém Ferreira.
A responsável de saúde afirmou que essas zonas têm mais deficiência em termos de saneamento básico e há mais lixeiras, o que facilita a propagação de mosquitos.
Até este momento, Ulardina Furtado disse que Fonton e Fundo Cobon, dois dos principais focos habituais de mosquitos, não registaram casos, afirmando que essas zonas sempre tiveram problemas, mas depois das chuvas.
Com Inforpress e Lusa
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