Cerca de 600 Capacetes Azuis da República Popular do Congo, em missão na República Centro-Africana, serão repatriados. Na origem estão crescentes denúncias de abusos sexuais.
Esta não é a primeira vez que um contigente de Capacetes Azuis congoleses é repatriado por denúncias de abuso sexual. Em 2016 mais de uma centena de militares foi repatriada pela mesma razão.
As denúncias de abusos sexuais perpetuados pelos soldados da paz da ONU contra mulheres e crianças na República Centro-Africana multiplicam-se desde 2014. O contigente congolês é até agora o mais visado pelas acusações.
Um relátorio da UNU divulgado esta quarta-feira, 21, classifica o problema como “sistémico” e prêve-se desta feita a retirada de mais de 600 efectivos. Uma decisão tomada pelo Governo congolês depois de ter analisado o relatório da ONU, que também aponta para problemas de disciplina e controlo no comando.
Os Capacetes Azuís Congoleses são também acusados de explorar a população, traficar combustível, entre outras infracções.
A República Popular do Congo manterá contudo um contigente policial na República Centro-Africana.
As denúncias de abusos sexuais por parte dos Capacetes Azuís constituem um dos maiores escândalos enfrentados pelo ONU nos últimos anos. Tendo já o representante da ONU na República Centro-Africana , Parfait Onanda-Anyanga, expressado a sua consternação e vergonha por tais actos. O novo Secretário-Geral da ONU, António Guterres, prometeu também uma nova estratégia de abordagem ao problema.
Mais de 13 mil Capacetes Azuís servem a operação Minusca na República Centro-Africana, posta em marcha em 2014,depois de grupos rebeldes terem deposto o Presidente da República, Francois Bozize, causando milhares de mortos e centenas de milhares de refugiados.
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