O Governo justifica a aquisição dos 27,44 % do capital que a sociedade macaense Geocapital tinha na CECV para garantir a estabilidade desta banca, face à indefinição do empresário espanhol cuja compra tinha sido aprovada pelo Banco Central.
O vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças deu este esclarecimento durante o acto de assinatura do contrato de compra e venda das acções da sociedade macaense Geocapital na Caixa Económica de Cabo Verde (CECV), num total de 27,44% do capital da instituição, adquirida pelo Estado de Cabo Verde.
Olavo Correia explicou ainda à imprensa que esta acção vai ser feita através do tesouro, enquanto accionista, via Bolsa de Valores, após autorização do Banco de Cabo Verde e por uma ordem à bolsa e que a operação só pode ser concretizada após um prazo de seis meses.
Sem avançar valores, com o argumento de que se está a “preservar o Estado”, o governante disse que esta aquisição na banca vai evitar que haja instabilidade accionista da empresa por causa do interesse da saída desta sociedade macaense na Caixa Económica de Cabo Verde (CECV).
“O Estado tem responsabilidade em relação à Caixa Económica. Queremos dar estabilidade a CECV em termos accionista para num futuro próximo podermos recolocar as acções. Não é nosso interesse ser accionista adicional, mas tendo em conta as circunstâncias, penso que é melhor o Estado garantir estabilidade à Caixa Económica e só no momento posterior poder fazer uma operação de venda”, explicou o vice-primeiro-ministro.
Olavo Correia escusou falar da International Holding Cabo Verde, do empresário espanhol Enrique Bañuelos de Castro, que tinha sido aprovada pelo Banco Central para adquirir estas acções, limitando-se a afirmar que o Governo de Cabo Verde tem responsabilidade acrescida em relação à CECV, enquanto um banco nacional e de referência.
A CECV, segundo o governante, afigura-se como o maior banco em termos de crédito da economia, de marca nacional, refutável e que não pode estar condicionada, ressalvando, entretanto, que o Governo decidiu avançar para esta compra por causa da indefinição de “todo este tempo” do investidor espanhol.
“Decidimos entrar para garantir estabilidade e depois vamos pensar em revender o capital”, especificou, acrescentando que a CECV tem a “missão de financiar a economia, para ser um banco de investimento para servir as empresas e para permitir alavancagem de financiamento para empresas cabo-verdianas e que intervém no país”, com projectos estruturantes para criar empregos e gerar rendimentos em todo o país.
Enquanto isto, o administrador da Geocapital, Diogo Laceda Macedo, disse que a sua gestão fez com que a CECV fosse hoje um “banco de referência” e que deu “uma contribuição importante”, sobretudo na visão estratégica que imprimiram nesta instituição financeira.
Ainda que, igualmente, recusou adiantar qual o montante desta operação, Diogo Macedo considerou que com a saída da sua empresa e a compra do Governo das suas acções, foi dado um passo coerente para que o Estado cabo-verdiano tivesse um “banco líder do mercado”.
Aponta os dez anos na CECV como sendo “muito tempo para um investimento de longuíssimo prazo de quem é um investidor” como uma das razões da sua saída, e o facto do Estado de Cabo Verde passar a ter uma participação muito mais expressiva na Caixa, através do Instituto Nacional da Providência Social (INPS) e dos Correios, do que tinha no tempo da entrada da Geocapital.
Com Inforpress
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