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Tribunal manda para prisão preventiva oitavo suspeito do atentado contra Óscar Santos
Sociedade

Tribunal manda para prisão preventiva oitavo suspeito do atentado contra Óscar Santos

O último indivíduo suspeito de participar do atentado a tiro contra o ex-presidente da Câmara Municipal da Praia, Óscar Santos, no dia 29 de Julho de 2019, e que foi apresentado ontem, sexta-feira, ao Tribunal, vai aguardar julgamento em prisão preventiva, juntamente com mais outros quatro que estão presos desde Maio – mais três, que seriam os supostos mandantes, ficaram sob TIR e proibição de sair do país.

Júnior Mendes Baessa tinha sobre si um mandado de apreensão faz tempo, mas a Polícia Judiciária terá encontrado alguma dificuldade para o localizar, visto que estaria a viajar entre Praia e Sal com frequência irregular, segundo fonte da PJ. Na terça-feira, os agentes da polícia científica, sabendo que estaria na capital, foram à sua casa, em Fundo Cobom, e de novo não o acharam.

Dois dias depois, ao regressar do interior de Santiago onde teria ido comprar verduras que vende na ilha do Sal, Baessa, como é chamado, foi então informado pela própria mãe de que a PJ esteve à sua procura e ele, conforme um seu amigo contou ao Santiago Magazine, decidiu ir às instalações dessa instituição policial em Achada Grande Frente saber o que se estava a passar.

Chegado lá na quinta-feira, os agentes da PJ o detiveram na hora, conduziram-no à sua residência para buscas (a PJ não encontrou nada material relevante para o processo) e regressaram à sede para o levar no dia seguinte, ontem, sexta-feira, ao tribunal para legalização da prisão por suspeitas de participação ou envolvimento cúmplice no atentado que quase tirou a vida do ex-presidente da CMP, Óscar Santos, um atentado perpetrado por volta das 5h30 da manhã, quando o ex-autarca se dirigia para um ginásio para o seu treino de rotina.

Ainda se desconhece qual a ligação directa de Baessa com este crime, embora haja informações de que ele conhecia os restantes suspeitos detidos, alguins dos quais seriam vizinhos no Fundo Cobom. Mas os familiares e amigos negam qualquer participação do rapaz (menos de 30 anos) na tentativa de assassinato de Óscar Santos. Um amigo seu, mostrou ao Santiago Magazine, à porta do Tribunal, registos de passagens de Baessa que mostram a sua saída e entrada entre Praia e Sal para justificar que o oitavo suspeito do atentado de 29 de Julho não estava a fugir das autoridades policiais.

Revelou que Baessa tinha ido ao Sal antes desse crime ocorrer, acrescentando que aguarda pela agência de viagens para lhe facultar cópia da passagem a provar que a deslocação do ora oitavo implicado acontecera muito antes da agressão a tiro contra Santos, crime tido como vingança por causa das licenças de táxis, cuja suspensão terá prejudicado os principais suspeitos em largas somas de dinheiro.

Seja como for, Júnior Baessa ficou em prisão preventiva, o que leva a crer haver indícios fortes de que haverá alguma conexão com o grupo detido há cinco meses.

Efectivamente, em Maio último, a Polícia Judiciária comunicou a detenção de sete indivíduos suspeitos do atentado perpetrado contra o então presidente da Câmara Municipal da Praia.

Em prisão preventiva ficaram  Manuel António Alves, João Monteiro Mendes,  Rui Santos Correia e José Júnior da Moura Semedo, que, segundo as investigações desencadeadas pelo Ministério Público, teriam participado directa e operacionalmente na missão que pretendia assassinar Santos, ex-edil do maior município do país.

O empresário Teofinho, o ex-presidente da Associação de Proprietários de Táxis, João Vaz Antunes e Carlos Alberto Mendes, que seriam os mandantes, ficaram sob Termo de Identidade e Residência, estando-lhes também proibida a saída do país.

A 29 de Julho de 2019, Óscar Santos foi atingido com um tiro quando, por volta da 5h30, se dirigia para um ginásio que frequentava no Palmarejo Baixo, cidade da Praia.

À sua espera estavam dois homens encapuzados que, depois do disparo, se puseram em fuga. O ex-autarca foi transportado para o Hospital Agostinho Neto, onde foi operado para remover a bala que o atingiu no braço direito.

Na sequência, Santos, hoje Governador do Banco de Cabo Verde, disse tratar-se de “uma cobarde vingança por acto que tenha praticado enquanto Presidente da Câmara Municipal da Praia”.

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