“O ministro prometeu demitir-se caso a greve acontecesse. Então que saia”
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“O ministro prometeu demitir-se caso a greve acontecesse. Então que saia”

Presidente do Sindicato Nacional da Polícia fala em 99% de adesão à greve, um número que tem tanto de histórico – pela primeira vez a PN adere em massa a uma greve geral da classe – quanto de preocupante: o país está sem segurança nas ruas, numa época do ano que exige a maior vigilância policial.

“Com Paulo Rocha já não há condição”, afirma, convicto, José Barbosa, o sindicalista que lidera a greve geral de três dias na Polícia Nacional. Segundo ele, o ministro da Administração Interna “prometera demitir-se caso a greve acontecesse”. “Esperamos que isso aconteça para que possamos ter espaço de manobra e tentar minimizar a situação de modo a concertar aquilo que ainda é possível, uma vez que com Paulo Rocha já não há condição, pois sempre foi desleal com o sindicato” precisou, não sem antes acusar o governante de “falta de respeito”, “deslealdade” e de “faltar com a verdade” com a classe uma vez que o Sinapol sempre esteve disponível para negociar de modo a chegarem a um entendimento.

Hoje, no primeiro dia da paralisação na PN, o presidente do Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol), José Barbosa, garantiu que a adesão à greve chegou aos 99 por cento (%), em vez dos 95% anunciados anteriormente. E sublinhou que na manifestação desta quarta-feira participaram todos os ramos da Polícia Nacional, nomeadamente a Guarda fiscal, Polícia Marítima e polícia de ordem pública.

 “Enquanto sindicato fizemos de tudo para que ambas as partes chegassem a um acordo, mas infelizmente o Governo inviabilizou tudo e não colaborou para que não houvesse um acordo quer em relação aos pontos que tiveram sobre a mesa quer sobre os serviços mínimos”, informou.

José Barbosa referiu ainda que o Governo “não quis colaborar” porque tinha como prepósito lançar a requisição civil. “Até agora, não temos conhecimento da requisição civil do Governo, sendo que era para estarmos presentes na Direcção-Geral do Trabalho para assinarmos o documento, em que estivemos a discutir durante os três dias e não compareceu o Ministério da Administração Interna nem a Direcção-Geral da Polícia” explicou.

Em relação aos policiais que não adeririam à greve, salientou que é legítimo cada um fazer o que bem entender, mas assegurou que nas esquadras devem constar alguns elementos.

Ontem, em declarações à Televisão de Cabo Verde (TCV), o ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, assegurou que durante esse ano e meio o Governo conseguiu resolver mais de 50 por cento (%) dos pendentes a nível nacional como promoções, progressões aumento salarial num investimento de 250 mil contos.

“A questão que se coloca é o novo aumento do índice salarial que o sindicato previa para o período 2018/2020 com um aumento de 50 para 80, mas também outras questões que são novidades e nos surpreendem e que nunca foi discutida, quando em Março acordamos criar uma plataforma de discussão e análise de questões candentes da classe de forma à sua resolução gradual”, explicou.

Paulo Rocha, que reconheceu que a Polícia Nacional merece todo o respeito e consideração pelo “árduo trabalho exercido”, disse que é preciso ser mais coerente uma vez que o investimento feito em 2017 na PN ascende os 400 mil contos.

Entretanto, assegurou que essa greve não vai colocar em causa a segurança das pessoas e do país e que o Governo fará de tudo para a segurança e tranquilidade dos cidadãos.

Para além do nivelamento salarial, os trabalhadores reivindicam também a resolução dos pendentes (promoções e progressões) e a redução da carga horária.

Com Inforpress

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