Mais uma mulher morreu nestes primeiros dias de 2019 às mãos do companheiro (ou ex-companheiro) - Felisberto Semedo, de 30 anos, matou Mónica Duarte, de 29, numa casa em Bellefontaine, na cidade francesa de Toulouse. É mais um caso de femicídio, a forma mais horrenda de Violência Baseada no Género. Mas todas as formas de VBG, independentemente da gravidade, merecem resposta. “E urgentemente”, desabafa Janira Hopffer Almada, num post na sua página na mesma rede social.
“Há dias, recebi no meu gabinete (a seu pedido), uma Senhora vítima de VBG!”, começa por dizer a presidente do PAICV. “Ela me contou a sua história e senti-me arrepiada. Ela já sofreu violência de todo o tipo, por parte do ex-companheiro”. Essa mulher, diz JHA, “já fez queixa na Polícia e, segundo me informou, a queixa já foi encaminhada para as Instâncias Judiciais”.
E depois de a queixa ser enviada, “ela está à espera…. !”, conta a presidente do PAICV, traçando logo a seguir, em breves palavras a história sofrida dessa mulher, que “é, infelizmente, a história de muitas mais mulheres….”
“Ela vive em grandes dificuldades, com dois filhos pequenos para criar, um dos quais já a necessitar de apoio psicológico! O ex-companheiro - um funcionário público - ficou com tudo o que construíram juntos, pois ela teve de abandonar a casa de morada de família, para salvar a sua vida!”, conta Janira Hopffer Almada.
Para que as mulheres vítimas de VBG não tenham que tomar decisões drásticas como estas elas “precisam de resposta. E urgentemente! Não fiquemos apenas nas conferências, nos workshops, nos estudos e nos debates”, declara a presidente do PAICV.
Mais, “priorizemos aquilo que, de facto, é essencial e determinante e tenhamos a capacidade de chegar a essas mulheres antes que seja tarde!!!” Como foi tarde para Bia Zé, Vanda, Samira, três das vítimas mortais de VBG em 2018. São casos hediondos “que devem merecer o repúdio de todos nós”. Porque “é possível fazer mais! E é possível fazer melhor! É preciso avançar! E isso é urgente!”, manifesta Janira Hopffer Almada.
De acordo com a presidente do PAICV “temos de reforçar o apoio social e a promoção socioprofissional para as mulheres chefes de família, mães solteiras e adolescentes”. E temos ainda “de priorizar a instalação, em todo o território nacional, de casas de abrigo temporário para mulheres vítimas de VBG”, assim como “alargar o apoio sócio-educativo à infância, sobretudo para as crianças que crescem em famílias que ficam (infelizmente) desestruturadas”.
Além desta medidas, diz JHA, é preciso ainda “alargar os gabinetes de atendimento especializado às vítimas de VBG, para todos os concelhos do País, acompanhado de competências e capacidades humanas dos Gabinetes”. É um trabalho exigente, talvez moroso, mas “é possivel!”, conclui Janira Hopffer Almada.
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