O ministro da Saúde e da Segurança Social, Arlindo do Rosário anunciou hoje que o Governo vai criar uma nova entidade reguladora independente do Sistema Nacional da Saúde que será integrado também pelos farmacêuticos.
O governante lançou essa informação durante a sua intervenção na cerimónia de abertura do XIII Congresso Mundial da Associação dos Farmacêuticos dos Países de Língua Portuguesa (AFPLP), que decorre na Cidade da Praia até sexta-feira, 05, sob o lema “O Farmacêutico nos Sistemas de Saúde”.
Segundo o ministro, a regulação do sector da saúde contará nos próximos tempos com um novo figurino, que é a entidade reguladora independente do sector que vai integrar os profissionais das mais diversas fileiras do sector e a integração do farmacêutico que, no seu entender, será o factor chave para o sucesso desta nova e desafiante empreitada.
“Por outro lado, devemos assumir também a impermanência dos mercados e os farmacêuticos não está alheio a esta tendência, a modernização do sector deverá passar pela mudança de paradigma já instalados seja a nível da produção, da importação e da distribuição procurando sempre a melhoria na prestação de cuidados a aqueles que são focos da nossa atenção e intervenção e atenção que são os cidadãos”, realçou.
Arlindo do Rosário assegurou que o próximo passo será trabalhar também na carreira de técnicos de saúde que incluem os farmacêuticos que, ao seu ver, merecem ser reconhecidos uma vez têm dado o seu contributo para alcançar os bons resultados.
Na ocasião lembrou que a liderança do profissional farmacêutico no seio do Serviço Nacional de Saúde está bem patente em diversos processos, designadamente na coordenação do processo de selecção de medicamentos, na elaboração da lista nacional de medicamentos essenciais, na gestão de todo o circuito de abastecimento de medicamentos e outros produtos farmacêuticas e nas estruturas públicas e privadas do SNS.
Por seu turno, o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, que presidiu à abertura do evento, reconheceu que um dos desafios que hoje se coloca aos profissionais da saúde incluindo os farmacêuticos é a aparente contradição entre a tendência para a acentuada especialização, potencialmente segmentada e atomizadora de grande parte das áreas da saúde, e pela necessidade de uma compreensão cada vez mais holística da pessoa doente ou saudável.
Por outro lado, sublinhou que o farmacêutico que é a pedra angular de qual quer sistema de saúde, tem uma responsabilidade acentuada que deve traduzir-se na assunção plena das suas responsabilidades e no reconhecimento, por parte das autoridades sanitárias e da sociedade do importante papel que desempenha para o sistema e que vai muito além da relação imediata que mantem com o medicamento.
“Fica muito clara a importância do papel do farmacêutico em todo o processo e sistema de saúde, o seu conhecimento é fundamental na elaboração e concretização de politicas de saúde, particularmente em condições difíceis, como ocorre em muitas regiões dos nossos países”, concluiu.
O evento que decorre na Cidade da Praia, de 03 a 05 deste mês, sob o lema “O Farmacêutico dos sistemas de saúde”, reúne cerca de 150 farmacêuticos de Cabo Verde, Angola, Brasil, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe.
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