A ilha do Fogo vai ganhar dentro de um ano o primeiro Centro de Cuidados Paliativos de Cabo Verde, para acolhimento e tratamento de doentes na fase terminal. O lançamento da primeira pedra para o arranque da construção está agendado para a tarde desta quarta-feira e ser presidido pelo cardeal Dom Arlindo Furtado.
O Centro de Cuidados Paliativos vai ser chamada “Nossa Senhora da Encarnação”, e será o primeiro do país e o quarto de todo o continente africano. O projecto é da Associação de Solidariedade e Desenvolvimento (ASDE), elaborado em parceria com a Fundação F.A.R.O., uma organização sem fins lucrativos de Turim (Itália) que, há mais de 30 anos, vem prestando cuidados paliativos aos doentes e às suas famílias.
O Centro de Cuidados Paliativos “Nossa Senhora da Encarnação”, cujas obras devem estar concluídas em Março de 2019 para servir pacientes das ilhas do Fogo e da Brava, terá uma equipa multidisciplinar de especialistas em cuidados paliativos, que incluirá médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas e assistentes sociais e espirituais.
O projecto, da autoria do arquitecto italiano, Rocco Montagnese, terá cinco quartos, sete casas de banho, uma farmácia, uma enfermaria, uma casa de banho para visitantes, uma secretaria, uma casa de banho para enfermeiros, uma cozinha, duas lavandarias, corredor e terraço.
O primeiro Centro de Cuidados Paliativos de Cabo Verde é dedicado ao Padre Capuchinho italiano, Ettore Molinaro, e nasce da compaixão do Padre Ottavio Fasano, fundador da ASDE, para com o sofrimento humano, baseado na ideia de que qualquer vida humana merece uma morte digna.
De acordo com uma nota da ASDE, Cabo Verde dá assim um grande passo nesta área, já que a cultura dos cuidados paliativos no continente africano está, ainda, muito pouco disseminada e apenas alguns países - Uganda, África do Sul, Quénia - dispõem de centros de cuidados paliativos e os serviços de assistência domiciliária também são raros.
Lê-se ainda na nota de imprensa que o cuidado paliativo é o recurso dos doentes e seus entes queridos quando se lhes afirma que “não há mais nada a fazer”, indicando que na realidade, nesta fase, há muito a “fazer” porque muitas são as necessidades do paciente e da sua família.
A cerimónia de lançamento da primeira pedra, a ser presidido pelo Cardeal Dom Arlindo Furtado, conta com intervenção do ministro da Saúde, Arlindo do Rosário e dos presidentes das três câmaras municipais do Fogo.
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