O deputado nacional do PAICV (oposição) pelo círculo do Sal, Démis Almeida, asseverou hoje que os problemas educativos na ilha se verificam por falta de “planificação e método” de trabalho por parte do Ministério da Educação.
Démis Almeida falava em conferência de imprensa sobre a abertura do ano lectivo e a situação da educação no Sal, reiterando que o arranque do novo ano lectivo, na ilha, está marcado pelos “já antigos” problemas.
“Que desde há seis anos a esta parte, atormentam a qualidade da educação bem como os nossos alunos e seus pais, ou encarregados de educação, sem que o Ministério da Educação seja capaz de apresentar uma solução sustentável para os mesmos”, comentou.
Enquanto deputado da Nação, com responsabilidade de fiscalizar, Démis Almeida destacou, das inquietações, o “gravíssimo problema” do elevado rácio de alunos por turma, com turmas acima de 40 alunos, conforme acentuou, a “propalada” falta de sala de aulas, enquanto a Escola Básica de Pedra de Lume, Ildo Lobo, continua fechada, entre outras situações.
Para Démis Almeida, é uma “pura ilusão” achar que a construção do chamado Complexo Educativo de Chã de Matias, com “apenas” 16 salas, previsto para entrar em funcionamento no ano lectivo 2023/2024, irá resolver o já “crónico problema” de falta de salas para acomodar alunos.
No seu entendimento, e em termos de infra-estruturas educativas disse que “é urgente” a construção na ilha do Sal de uma nova escola secundária nos Espargos, também escolas básicas nesta cidade, bem como em Santa Maria, Palmeira, ainda a requalificação e reabertura da escola na povoação de Pedra de Lume.
Para ele, só a adopção de medidas estruturantes pode fazer face aos “problemas complexos” que a educação no Sal enfrenta.
“As medidas paliativas que o Ministério da Educação vem implementado só disfarçam e adiam os problemas existentes”, sublinhou.
Dessas “medidas paliativas” aponta, por exemplo, a criação de um pólo do Complexo Educativo Manuel António Martins (CEMAM) para alunos do 1º ao 4º ano, na Escola Kim Barbosa, em Santa Maria, e um “precário” polo do Ensino Básico e Secundário (EBC) de Espargos, no “antigo e velho edifício” na zona de 8/24.
“Área muito distante para a grande maioria dos 450 alunos do 5º e 6º anos para aí destacados, com a agravante de não se ter colocado qualquer transporte escolar à disposição destes alunos”, analisou, apontando, por outro lado, que o progressivo crescimento demográfico da ilha do Sal e as suas consequências no sistema educativo, não podem continuar a “ser ignorados e negligenciados” pela tutela da Educação.
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