Barragem de Principal. Governo diz que quem paralisou as obras é a construtora
Política

Barragem de Principal. Governo diz que quem paralisou as obras é a construtora

É um exercício de desresponsabilização sem precedentes em Cabo Verde. O Governo, pela boca do ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, afirma que não mandou paralisar as obras da barragem de Principal, no concelho de São Miguel, remetendo esta responsabilidade para a empresa executora da referida infraestrutura hidráulica, no caso, a construtora Armando Cunha.

Embora dono da obra, o Governo diz que não é responsável pela suspensão dos trabalhos. Gilberto Silva é claro neste aspecto, quando disse à imprensa que o Governo “não tem nada a ver com isso e que qualquer esclarecimento sobre a paralisação é necessário contactar a empresa executora”, pois, segundo assegurou, “eles é que estabeleceram os seus calendários de execução”.

Por isso mesmo, este governante diz não entender o porquê de se estar a divulgar essa “falsa notícia de que o Governo mandou parar as obras da barragem”, referindo-se á denúncia da Comissão Política Regional do Partido Africano de Independência de Cabo Verde (PAICV) em Santiago Norte em como o Governo mandou suspender as obras da barragem de Principal, “sem prestar qualquer cavaco ao concelho”.

Gilberto Silva defende que cabe ao PAICV apresentar provas de que foi o Governo a mandar suspender as obras em referência. “Estamos a avaliar as obras da barragem de Principal, tendo em conta, todas as suas conveniências e nós não podemos justificar as afirmações falsas feitas designadamente por certas médias ou pela oposição. Eles é que deverão explicar e apresentar provas de que o Governo mandou parar as obras”, disse.

Contraditório, Silva deixa entender que o Governo vai efectivamente suspender as obras da referida barragem. Conforme indicou, neste momento, o Governo está a estudar algumas possibilidades de manter a obra tal como está, continuar, mas, executando um conjunto de outras obras complementares para proteger a barragem e a população a jusante ou parar a obra.

Segundo o ministro, o primeiro cenário vai trazer “grandes inconveniências e a segunda acarreta custos adicionais ao país”.

“Nós vamos tomar essa decisão com base numa análise apropriada feita pelos técnicos e claro que está aqui que a decisão depois é política. Enquanto não tomamos a decisão, não damos instruções nenhuma de parar as obras às empresas que estão ligadas à execução da barragem”, sublinhou.

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