Mulheres israelitas lideram protestos pelo fim da guerra em Gaza
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Mulheres israelitas lideram protestos pelo fim da guerra em Gaza

O plano para a tomada da cidade de Gaza, anunciado pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, está a criar forte oposição entre a população de Israel. Nos arredores da Faixa de Gaza, mães de soldados, mobilizadas por organizações de mulheres, montaram acampamentos e organizam manifestações no local, como aconteceu nesta quarta-feira, 13. O relato do jornalista Nicolas Falez, enviado especial da RFI à região, é impressionante.

"Se o chefe do Estado-Maior diz que essa guerra precisa acabar, que ela coloca em risco os reféns e os soldados, então o que devemos pensar, nós, mães?", questiona Anabel Friedelander, uma das organizadoras e mãe de três filhos convocados como reservistas desde o início da guerra. "Acreditamos que devemos tirar nossos filhos de Gaza, tirá-los dessa guerra, agora!", diz ainda Anabel.

Ronit Nahmias, avó de um reservista, também integra o movimento que protesta perto da Faixa de Gaza e acredita no sucesso das manifestações. Vai para três décadas, Ronit liderou um movimento similar a propósito da ocupação israelense no sul do Líbano. "Chega, basta, parem! Não queremos enviar nossos filhos; não entendemos qual é o objetivo dessa guerra. Alguns extremistas querem retomar toda a Faixa de Gaza, mas são loucos! Infelizmente, estão no governo neste momento…", diz Ronit Nahmias.

“Não fazemos filhos para uma guerra política”, pode ler-se na faixa da manifestação, que antecede o ponto alto da indignação, que está marcado para domingo, 17. Mas, este movimento enfrenta resistências, como é o caso do principal sindicato de Israel, a Histadrut, cuja liderança já anunciou que não apoiará o bloqueio.

Netanyahu ignora os protestos internos e a pressão internacional

Debatendo-se com os protestos internos, principalmente de mães e familiares de soldados israelitas, mas também com a pressão internacional pelo fim do conflito e do genocídio em Gaza, Benjamin Netanyahu ignora e mantém o seu plano de ocupação.

Com mais de 61.000 pessoas mortas desde o início do conflito, na sua maioria mulheres e crianças, o primeiro-ministro israelense não recua e aposta, agora, na transferência forçada em massa da população civil do enclave, chegando mesmo a propor que outros países recebam os palestinianos expulsos de Gaza.

Em Israel o plano de Netanyahu está a criar grande temor entre a população, visível na crescente mobilização pelo fim do conflito, que tem o seu ponto alto no próximo domingo, com a organização do bloqueio nacional.

C/ RFI
Foto: Nicolas Falez / RFI

 

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