UCID alerta para “exclusão de milhares de cidadãos” do recenseamento eleitoral nos EUA
Política

UCID alerta para “exclusão de milhares de cidadãos” do recenseamento eleitoral nos EUA

João Santos Luís questionou o Governo sobre a demora no início do recenseamento eleitoral nos Estados Unidos, lembrando que o recenseamento deveria ter começado em setembro. O líder democrata-cristão diz, ainda, haver “exemplos claros de práticas que levantam sérias dúvidas sobre a transparência do processo” de recenseamento, sendo “evidente o risco” de “exclusão de milhares de cidadãos” cabo-verdianos.

O presidente da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), João Santos Luís, questionou esta quinta-feira, 04, a demora no início do recenseamento eleitoral nos Estados Unidos da América (EUA) e apelou à responsabilidade do Governo e das entidades que lideram o processo.

O líder democrata-cristão, falava numa conferência de imprensa, em São Vicente, onde lembrou que, de acordo com os artigos 78.º e 79.º do Código Eleitoral, o processo eleitoral, incluindo o recenseamento no estrangeiro, deve iniciar-se 240 dias antes da conclusão do mandato dos titulares do órgão, prolongando-se até à publicação dos resultados eleitorais definitivos. E, nesse sentido, João Santos Luís lembrou que o recenseamento na diáspora deveria ter começado em setembro último.

“Já estamos em dezembro e não existe um início formal nem um progresso operacional claro. Perguntamos, então: por que razão existe tanta demora num processo cuja responsabilidade legal é partilhada pelo Governo, pela Direcção Geral de Apoio ao Processo Eleitoral (DGAPE) e pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), questionou o presidente da UCID.

Levantam-se “sérias dúvidas sobre a transparência do processo”

Ainda segundo João Santos Luís, o processo de recenseamento decorre com uma “lentidão injustificável” e deu o exemplo do consulado de Quincy, onde “a situação é ainda mais crítica”,considerando mesmo que estas falhas podem comprometer a credibilidade de todo o ciclo eleitoral de 2026 nos EUA.

“A não disponibilização dos cadernos eleitorais solicitados pela UCID, a inexistência de mecanismos modernos como o recenseamento digital, e a falta de descentralização do recenseamento para outros estados com forte presença cabo-verdiana, são exemplos claros de práticas que levantam sérias dúvidas sobre a transparência do processo”, alertou o líder democrata-cristão.

Para João Santos Luís, “é evidente o risco” de “exclusão de milhares de cidadãos” cabo-verdianos do recenseamento eleitoral.  E considerou, ainda, que a “falta de uniformidade e igualdade” no acesso ao recenseamento “representa um perigo real para a confiança e para a legitimidade do processo eleitoral”.

Risco de “impugnação de todas as decisões”

O também deputado da UCID se insurgiu contra a “rejeição categórica e injustificada" de oito pessoas nomeadas pelo seu partido para integrar as comissões de recenseamento eleitoral em oito países da diáspora, mas que somente nos EUA e nos Países Baixos (Holanda) aceitaram representantes e, mesmo assim, apenas como suplentes.

João Santos Luís alega que esse facto poderá levar à impugnação de todas as decisões à volta da constituição das comissões de recenseamento, “em nome da legalidade, da transparência e do compromisso com os princípios democráticos que regem o Estado de direito”.

Em abono da sua tese, o presidente da UCID, destacou que o artigo 78.º do Código Eleitoral determina que os partidos, com expressão parlamentar, devem ser ouvidos e que a composição das comissões deve assegurar o pluralismo político, o que não está a acontecer.             

C/Inforpress

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