Sissoco volta a fugir, desta vez para Marrocos
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Sissoco volta a fugir, desta vez para Marrocos

Umaro Sissoco Embaló continua a sua rota de fuga pelo continente africano. Depois de ter fugido de Bissau, tentou, sem êxito, fixar-se em Dakar, seguiu para Brazzaville e, agora, está em Marrocos. E, no dia em que o rosto por detrás do golpe segue para o seu terceiro destino, o Parlamento da CEDEAO afirma que “a vontade do eleitorado da Guiné-Bissau deve prevalecer”.

O ex-presidente da Guiné-Bissau e rosto por detrás do golpe militar de 26 de novembro, rumou para Marrocos continuando o seu roteiro de fuga que, no espaço de uma semana, o levou de Bissau à capital do Senegal, Dakar, e a Brazzaville, capital do Congo.

Recordamos que, em Dakar, as coisas complicaram-se para o “Bolsonaro de África”, após o primeiro-ministro senegalês, Ousmane Sonko, ter classificado a situação política na Guiné-Bissau como resultado de “manobras subterrâneas”, dando a entender que Sissoco estaria por detrás do golpe.

Uma acusação que o ex-presidente desmentiu à Jeune Afrique - o mesmo periódico ao qual Sissoco concedeu uma entrevista, já depois de, supostamente, ter sido detido pelos militares – alegando que se “tivesse organizado tudo isso sozinho, ainda estaria no poder”.

Um argumento que não convence ninguém, já que, 24 horas após o suposto golpe, a maioria da imprensa internacional e dos responsáveis políticos já haviam percebido que a suposta vítima da intentona era, afinal, o rosto por detrás do golpe, para impedir a divulgação do resultado das eleições de 23 de novembro.

Quanto às razões da sua saída apressada de Brazzaville, não estão disponíveis informações, a única certeza é que Sissoco já está em Marrocos, ao que tudo indica em Rabat, a capital do país.

“A vontade do eleitorado deve prevalecer”

No dia em que o golpista rumou a Marrocos, o Parlamento da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) afirmou, com todas as letras, que “a vontade do eleitorado da Guiné-Bissau deve prevalecer”, condenando o golpe e defendendo a restauração da ordem constitucional.

Considerando o ocorrido como ataque "inaceitável à democracia", bem como uma séria ameaça para a estabilidade regional, o Parlamento da CEDEAO, na abertura da sua segunda sessão ordinária de 2025, tendo por palco a capital da Nigéria, Abuja, reafirmou o princípio da "tolerância zero", que rege as posições da organização em matéria de mudanças à revelia das constituições nacionais e da democracia.

Foto: Captura de imagem /Facebook

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