
A confirmar-se, é o regresso ao plano inicial do golpe. Líderes da CEDEAO conspiram com Emmanuel Macron, congeminando uma solução de recurso que devolva o poder ao ex-presidente Umaro Sissoco Embaló, anulando as eleições de 23 e novembro e realizando novo sufrágio dentro de um ano e meio. Entretanto, estudantes guineenses residentes em Marrocos exigem que Sissoco e os seus colaboradores “sejam investigados, responsabilizados e sancionados pelas instâncias internacionais competentes”.
Em exclusivo, a notícia é avançada pelo diário português Público que, aludindo a fontes do jornal, avança que líderes da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e o presidente de França, Emmanuel Macron, congeminam uma solução que faça regressar Umaro Sissoco Embaló ao poder, anulando as eleições de 23 de novembro e realizando novo sufrágio dentro de um ano e meio.
A confirmar-se - o que não é claro -, seria o regresso ao plano inicial do golpe de 26 de novembro, organizado pelo próprio Sissoco e seus homens de mão, visando anular as eleições ganhas por Fernando Dias da Costa e fazendo regressar a Bissau o ex-presidente da República.
Segundo o Público, esta tentativa de volte-face estará a ser promovida por chefes de Estado amigos de Umaro Sissoco Embaló, incluindo o presidente francês Emmanuel Macron. Uma solução em que o ex-presidente regressa ao cargo, os militares voltam para os quartéis, sendo formado um “governo de unidade nacional” sem a participação de aliados de Sissoco, para, daqui a um ano e meio, serem repetidas as eleições.
Estudantes guineenses querem sanções contra Sissoco
Entretanto - e segundo o online Capital News -, estudantes guineenses residentes em Marrocos (onde o ex-presidente está refugiado) exigem que Umaro Sissoco Embaló e os seus colaboradores “sejam investigados, responsabilizados e sancionados pelas instâncias internacionais competentes”, incluindo a CEDEAO, a União Africana e a CPLP, com o objetivo de “salvaguardar o Estado de Direito Democrático e impedir a perpetuação da impunidade”.
A tomada de posição dos estudantes consta de um abaixo-assinado posto a circular, com data de 03 de dezembro, e que conta já com meia centena de assinaturas.
No documento, os estudantes repudiam “os recentes acontecimentos políticos” na Guiné-Bissau, que, segundo afirmam, resultaram na tomada do poder por militares em pleno processo eleitoral. Classificam, ainda, a situação como “um golpe de Estado simulado, culminando na usurpação do poder por forças militares a ele vinculadas”.
“Consideramos esta situação uma afronta inequívoca à vontade popular, aos princípios democráticos e ao Estado de Direito, valores pelos quais muitos de nós temos lutado e que nos levam a prosseguir estudos no estrangeiro, com o propósito de servir a Guiné-Bissau com responsabilidade e dignidade”, pode ler-se no abaixo-assinado.
Paralelamente, os estudantes reivindicam que “o processo eleitoral seja concluído de forma transparente, justa e legítima, em estrito respeito pela vontade dos cidadãos guineenses”, e exigem a libertação incondicional de todos os detidos na sequência da alegada tentativa de golpe, garantindo “a sua integridade física, jurídica e o pleno exercício dos seus direitos humanos”.
Foto: Ludovic Marian
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