
Em conferência de imprensa realizada hoje, Ireneu Camacho contradiz Jorge Santos e anuncia que a Enapor avança com concurso internacional para contratação de parceiro na exploração do Complexo de Frio do Porto Grande, de acordo com os procedimentos da contratação pública, ao contrário do ministro que, em abril último, havia anunciado que um consórcio espanhol estava posicionado para assumir a gestão.
O presidente do Conselho de Administração (PCA) da Enapor anunciou esta segunda-feira, 08, no Mindelo, que a Enapor vai avançar com concurso internacional para contratação de parceiro na exploração do Complexo de Frio do Porto Grande, tal como ditam os procedimentos de contratação pública.
Ao assumir este posicionamento em conferência de imprensa, Ireneu Camacho contradiz o que o ministro do Mar, Jorge Santos, havia dito em abril último, ao anunciar que um consórcio espanhol, integrando as multinacionais Ubago, Jealsa e Mercadona, estava posicionado para assumir a gestão da plataforma de frio do Porto Grande, antes explorada pela Atunlo, que entretanto faliu.
Procedimentos devem cumprir Código de Contratação Pública
Confrontado pela imprensa, o presidente da gestora dos portos de Cabo Verde explicou que a empresa tem os seus procedimentos que cumprem o Código de Contratação Pública.
“Acreditamos que a melhor forma de encontrar um parceiro é através de um concurso público e, neste momento, estamos nesse ato e o concurso é aberto para todos participarem. Acreditamos que, com essa metodologia, nós iremos alcançar o parceiro que almejamos”, sustentou Camacho, referindo-se ao processo que foi lançado hoje.
Ainda segundo o PCA da Enapor, agora irão aguardar os resultados do concurso, que se estende até 23 de janeiro, e do qual deverá sair o “melhor parceiro” para exploração da plataforma, respeitando as decisões do caderno de encargos.
Ireneu Camacho explicou que, entre outras obrigações, a estratégia da concessão passa por ter uma garantia em relação aos colaboradores e, ainda, um plano de investimento “muito forte” com “visão de inovação, sustentabilidade e, principalmente, atento às preocupações em situações climáticas”.
Garantir os postos de trabalho
Para Irineu Camacho, a ideia é fazer com que o novo investidor acrescente valor à plataforma, que neste momento tem as quatro câmaras da Nave 2 a trabalhar com a colaboração de 30 trabalhadores, dos 150 deixados pela Atunlo, que entrou em falência em fevereiro de 2024.
Por outro lado, o PCA disse esperar que os restantes trabalhadores, neste momento em casa e com salários pagos pela Enapor, tenham os postos de trabalho garantidos.
A este propósito, Heidy Ganeto, representante dos trabalhadores e coordenador do Sindicato da Indústria Geral, Alimentação, Construção Civil e Afins (Siacsa), congratulou-se com a abertura do concurso e assegurou que o sindicato vai continuar a acompanhar o processo para garantir o futuro desses colaboradores.
C/ Inforpress
Foto: Enapor
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