Política

A denúncia foi feita pela Associação para o Desenvolvimento Integrado da Ribeira das Patas, no município do Porto Novo, alertando para “o desânimo reinante no seio dos agricultores” locais face à não implementação do projeto de ordenamento da bacia hidrográfica.

Falando em nome da associação, Arlindo Delgado disse à Inforpress que a situação no seio dos agricultores da Ribeira das Patas é de desânimo e que o Governo “deu o dito por não dito” em relação à promessa que havia feito.

Os agricultores “não acreditam que o Governo, já no fim de mandato”, venha a realizar os investimentos prometidos, particularmente no que respeita à mobilização de água.

Governo transformou expectativa em desânimo

Arlindo Delgado avançou que, nos últimos anos, o Governo criou “uma grande expectativa” entre os agricultores, que se transformou em desânimo, uma vez que “já não se acredita que alguma coisa seja feita” quanto ao projeto de ordenamento da bacia hidrográfica da Ribeira das Patas.

“O Governo criou uma grande expectativa no seio dos agricultores e depois deu o dito por não dito”, disse o responsável Associação para o Desenvolvimento da Ribeira das Patas, para quem o “cenário é de desencanto” nesse vale agrícola - um dos maiores da ilha de Santo Antão.

O líder associativo reafirmou que o desejo dos agricultores se prende com a mobilização de água, acreditando que o próximo Governo dará atenção a esse aspeto, caso contrário o futuro da agricultura na Ribeira das Patas ficará hipotecado.

Desde há vários anos que os agricultores têm vindo a alertar para o declínio da atividade agrícola na Ribeira das Patas, onde a água para a irrigação provém das nascentes, cujo caudal tem estado a reduzir-se devido à escassez de precipitações.

Estudos apontam para um grande potencial de recursos hídricos

Os agricultores têm pedido, insistentemente, a mobilização de água através da prospeção, lembrando que os estudos realizados no âmbito da elaboração do projecto de ordenamento da bacia apontam para a existência de “um grande potencial” de recursos hídricos.

A nível de mobilização de água, o Governo prometeu executar cinco furos nessa zona, com investimentos totais do projeto avaliados na ordem dos dois milhões de contos até 2035.

Isto, de acordo com estudos realizados no âmbito da realização deste projeto, que pode ser incluído num pacote do Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), cofinanciado pelo Programa das Pequenas Subvenções do Fundo Mundial para o Ambiente (GEF).

C/Inforpress
Foto: DR