
Contrariando a posição da Comissão Nacional de Eleições, o Chefe da Missão de Observação da União Africana nas eleições da Guiné-Bissau, diz ser possível divulgar os resultados do escrutínio de 23 de novembro naquele país. O também ex-presidente de Moçambique diz, ainda, que “as eleições correram bem e existe vencedor”, avançando que “existem resultados e esses resultados devem ser publicados”.
O Chefe da Missão de Observação da União Africana (UA) nas eleições da Guiné-Bissau, Filipe Nyusi, diz ser possível divulgar os resultados do escrutínio de 23 de novembro. O também ex-presidente da República de Moçambique - segundo a rádio pública daquele país -, salienta que, “pela forma como decorreu todo o processo eleitoral”, os dados podem ser divulgados.
As declarações de Nyusi foram feitas à Rádio Moçambique, numa entrevista que poderá ser acompanhada mais logo, onde diz lamentar o estado atual do processo.
"As eleições correram bem e existe vencedor. Se eu quiser ser mais modesto, existem resultados e esses resultados devem ser publicados. Não se pode evitar. Por que se evita?", disse Filipe Nyusi na entrevista à rádio pública moçambicana.
A entrevista completa e exclusiva à Rádio Moçambique irá ser transmitida esta quinta-feira, 04, às 20:00 (17:00 de Cabo Verde).
Intimidação ao presidente da CNE ditou versão oficial falsa
Recordamos que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Guiné-Bissau, em conferência de imprensa realizada na última terça-feira, 02, alegou não poder prosseguir com os procedimentos finais do processo eleitoral por razão de não ter em sua posse as atas de apuramento regional das eleições de 23 de novembro. Segundo a CNE, os documentos terão sido levados por homens fardados (conhecidos por “milícias de Sissoco”) que assaltaram as instalações da comissão.
Horas antes da conferência de imprensa, fontes do nosso jornal em Bissau, garantiram que a residência do presidente da Comissão Nacional de Eleições, Npabi Cabi, estaria cercada por vários homens armados com ligações a Umaro Sisso Embaló, numa ação de intimidação para o obrigar a declarar que as eleições de 23 de novembro eram nulas, por, alegadamente, as atas regionais estarem danificadas.
Contactadas nesta quinta-feira, 04, as nossas fontes em Bissau garantem que o plano de intimidação a Npabi Cabi “funcionou mesmo” e que a versão da CNE da passada terça-feira “é uma fraude”. E dizem saber que “as declarações de Filipe Nyusi correspondem ao que realmente aconteceu”.
C/Rádio Moçambique
Foto:RM
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