A Rádio e Televisão Cabo-verdiana (RTC) atravessa um período de forte tensão interna, devido a um alegado desentendimento entre o Conselho de Administração (CA) e a Direção da Televisão de Cabo Verde (TCV), motivado por uma possível tentativa de interferência na grelha de programação da estação.
Fontes internas afirmam que o CA da RTC assinou, com a Agência Cabo-verdiana de Imagem (ACI), um contrato para a inclusão do programa Nha Terra Nha Cretcheu, supostamente financiado pelo Governo de Cabo Verde, na grelha da TCV. O contrato foi celebrado à revelia do parecer prévio da Direção da TCV, liderada por Dina Ferreira, que se manifestou contra a sua transmissão. A Direção, dizem nossas fontes, considera esta decisão um ato de intromissão na gestão editorial.
Sabe-se ainda que o contrato não terá contado com a assinatura de um dos administradores, Humberto Santos, responsável pela área de conteúdos. Os restantes membros do CA são a presidente Karine Miranda e o administrador Victor Varela.
Segundo as mesmas fontes, após recusar a transmissão do programa, a Direção da TCV solicitou um parecer à Autoridade Reguladora para a Comunicação Social (ARC).
Em resposta, o CA estará a preparar um processo disciplinar contra Dina Ferreira, com o objetivo de a afastar da Direção. Acrescentam ainda que a presidente do CA, Karine Miranda, chegou a consultar um jornalista experiente da casa para saber que procedimentos legais poderia adotar para afastar Ferreira do cargo.
“Há um clima de medo. Os jornalistas consideram estar perante um caso grave de ingerência”, relatou uma das fontes, acrescentando que Dina Ferreira foi ouvida hoje pela ARC, no âmbito de outro conflito com o CA.
Este último caso estará relacionado com a alegada decisão do Conselho de impedir a realização de um programa no Tarrafal, ilha de Santiago, como retaliação pela recusa da Direção em incluir Nha Terra Nha Cretcheu na programação.
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A equipa do Santiago Magazine