Guiné Bissau: CNE alega “desaparecimento de atas” para não concluir processo eleitoral
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Guiné Bissau: CNE alega “desaparecimento de atas” para não concluir processo eleitoral

A Comissão Nacional de Eleições da Guiné-Bissau alegou não poder prosseguir com os procedimentos finais do processo eleitoral por razão de não ter em sua posse as atas de apuramento regional das eleições de 23 de novembro. Os documentos terão sido levados por homens fardados (conhecidos por “milícias de Sissoco”) que assaltaram as instalações da CNE.

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Guiné-Bissau anunciou esta terça-feira, 02, não poder prosseguir com o processo eleitoral, alegando que desconhecidos terão assaltado as suas instalações, após o golpe militar, e levado as atas de apuramento regional das eleições de 23 de novembro.

O anúncio foi feito pelo secretário-executivo adjunto da CNE, Idrissa Djaló, que leu um comunicado em conferência de imprensa, que durou menos de cinco minutos, sem direito a perguntas dos jornalistas.

Presidente da CNE reapareceu em público, mas ficou em silêncio

Na conferência de imprensa compareceu, ainda, o presidente da CNE, Npabi Cabi, que havia sido detido pelos militares, e que, entretanto, foi libertado no último domingo, mas que no encontro com os jornalistas não proferiu qualquer palavra.

Alegando que, no dia em que os militares tomaram o poder, assaltantes envergando fardas do exército, armados e embuçados invadiram a sede da CNE, onde se encontravam 45 pessoas, Idrissa Djaló explicou que confiscaram telefones, computadores, equipamentos e todo o material eleitoral.

De referir que as instalações da CNE continuam cercadas por militares, mantendo-se ainda no seu interior homens armados, e que Npabi Cabi continua "sob protecção" dos militares (segundo a versão oficial), mas estando, de facto, sequestrado em sua própria residência, cercada por homens armados.

Recordamos que, na nossa primeira notícia de hoje, tivemos ocasião de referir que homens armados, identificados como “milícias de Sissoco”, teriam cercada a residência de Mpabi Cabi, com a intenção de o pressionar para a CNE declarar nulas as eleições de 23 de novembro, com a alegação de as atas e boletins de voto estarem danificados. Mas, segundo a última versão avançada pelos próprios responsáveis da CNE, as atas (e não os boletins de voto) foram levadas por desconhecidos que assaltaram as instalações da Comissão Nacional de Eleições.

C/RFI e fontes locais

Foto: RFI/Eva Massy

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