O desafio do MpD rumo às eleições de 2026: renovar para reconquistar Cabo Verde
Ponto de Vista

O desafio do MpD rumo às eleições de 2026: renovar para reconquistar Cabo Verde

O MpD tem capital político, histórico e social suficiente para reconquistar Cabo Verde em 2026, mas essa vitória só acontecerá se o partido tiver a coragem de se reinventar de forma autêntica, unir as suas bases sem truques nem discursos vazios e colocar em marcha uma renovação geracional que corresponda às expectativas do país. A reconquista do poder dependerá menos da estratégia eleitoral e muito mais da capacidade de renovar, unir, modernizar e comunicar com verdade. Se o MpD fizer as pazes consigo mesmo, fechar ciclos esgotados e dar espaço a uma nova vaga de líderes capazes, então 2026 pode ser verdadeiramente o início de um novo capítulo para Cabo Verde.

O MpD aproxima-se das eleições de 2026 com todas as condições para vencer, mas só o conseguirá se fizer uma escolha fundamental: reconciliar verdadeiramente as gerações dentro do partido e reconhecer que a política é feita de ciclos que começam e terminam. O MpD tem quadros que deram contributos valiosos ao longo dos anos, mas nenhum partido se renova mantendo eternamente, as mesmas figuras no centro das decisões. É preciso coragem para fechar ciclos que já se esgotaram e abrir espaço para novas lideranças, jovens preparados, mulheres de referência e militantes com capacidade técnica e coragem política. Só assim o partido poderá apresentar ao país uma imagem de verdadeiro futuro.

A unidade do MpD não pode ser um conceito falacioso nem uma frase bonita usada em campanhas internas. Pelo contrário, precisa de ser real, assumida e praticada. E essa responsabilidade começa na liderança máxima do partido: o presidente do MpD deve ser o primeiro mediador dos conflitos, assumindo o papel de pacificador interno, garantindo processos transparentes, decisões claras e respeito pelos princípios democráticos. A unidade não se impõe com discursos; constrói-se com atitudes, diálogo e firmeza.

Se o MpD quiser vencer em 2026, precisa de um governo pequeno, eficiente e dinâmico, composto por jovens sem medo de assumir posições públicas e de defender as políticas do partido nas redes sociais e na comunicação social. A ausência de comunicação tem sido um dos maiores problemas dos últimos anos. Não basta governar bem; é necessário mostrar ao país o que está a ser feito, explicar as escolhas e assumir posições. A antiga ministra Edna Oliveira, apesar de falhas naturais a qualquer governante, tinha uma virtude essencial: não fugia do debate público e não tinha medo de defender as posições do Governo. Essa coragem deve ser a regra, não a exceção.

O MpD tem capital político, histórico e social suficiente para reconquistar Cabo Verde em 2026, mas essa vitória só acontecerá se o partido tiver a coragem de se reinventar de forma autêntica, unir as suas bases sem truques nem discursos vazios e colocar em marcha uma renovação geracional que corresponda às expectativas do país. A reconquista do poder dependerá menos da estratégia eleitoral e muito mais da capacidade de renovar, unir, modernizar e comunicar com verdade. Se o MpD fizer as pazes consigo mesmo, fechar ciclos esgotados e dar espaço a uma nova vaga de líderes capazes, então 2026 pode ser verdadeiramente o início de um novo capítulo para Cabo Verde.

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Comentários

  • Aguinaldo Monteiro, 7 de Dez de 2025

    A mobilização e unificação das bases constituem, inquestionavelmente, o maior desafio estratégico de qualquer organização política. Lembrarmo-nos dos militantes e das estruturas de base apenas em períodos eleitorais é uma abordagem falaciosa, que equivale a um 'tiro no escuro' ou, pior, a uma receita para a alienação. A vitalidade de um partido reside na sua capacidade de 'acarinhar' as bases de forma contínua e sistemática.

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