Olavo correia vai construir um novo Cabo Verde. Um país livre quanto à movimentação de pessoas, bens e capitais. Porque Olavo Correia entende que “o nosso país só conseguirá desenvolver-se se tiver escala e se conseguir uma ancoragem internacional”.
Na criação deste novo país Olavo Correia quer contar com os embaixadores. Estes passarão a trabalhar com carta de missão em matérias como “captação de Investimento Direto Estrangeiro, número de turistas a captar, angariação de grandes empresas para domiciliar em Cabo Verde, criação de condições para que os nossos jovens possam estar nas grandes escolas e empresas internacionais, etc, etc”.
Para o efeito, vai ser criado “um quadro de responsabilização bem definido”. Os faltosos, ou seja, aqueles que não conseguirem atingir os objectivos “poderão ser responsabilizados não só perante o Governo, como pelo sector privado, junto à sociedade cabo-verdiana, bem como perante a comunidade internacional”.
Construir um novo país dentro de um velho é obra. Muita obra. Pesada obra. Coisa só para alguns! E que pode levar a cabeça de um homem, de facto!
Com efeito, sendo empreitada para poucos, certamente muitos ficarão pelo caminho. Porém, como o senhor ministro das Finanças e Administração Pública não disse qual o método de responsabilização e como seria aplicado, entende-se por entrelinhas que cabeças podem rolar a todo o momento, como medidas do Governo, que exerce poder hierárquico sobre os diplomatas. Tão simples quanto isso: quem não dá contas do recado é demitido.
Estas são normalmente as medidas que as entidades públicas tomam quando um servidor público – os diplomatas são servidores públicos – não consegue atingir os objectivos definidos.
E isto é um problema menor, neste processo.
Problema maior é, pois, a responsabilização dos diplomatas “pelo sector privado, junto à sociedade cabo-verdiana bem como perante a comunidade internacional”. Como é que esta responsabilização vai ser feita? Será que a porca pode torcer o rabo aqui? Porque estes podem assumir posições pouco ortodoxas... quem sabe? Acredita-se que o ministro Olavo Correia há de saber.
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