Guiné-Bissau suspensa da União Africana
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Guiné-Bissau suspensa da União Africana

A União Africana suspendeu esta sexta-feira a Guiné-Bissau de todos os órgãos da organização. A decisão surge um dia após a UA ter condenado “de forma inequívoca”, o alegado golpe de Estado e a CEDEAO ter, também, suspendido o país de "todos os órgãos de decisão".

O presidente da Comissão da União Africana (UA), Mahamoud Ali Youssouf, anunciou esta sexta-feira, 28, que a Guiné-Bissau foi suspensa da organização. As declarações do líder da UA foram feitas à agência noticiosa AFP, segundo avançou a RFI.

A decisão acontece dois dias após os militares anunciarem a deposição de Umaro Sissoco Embaló e a suspensão das eleições do último domingo, 23, cujos resultados deviam ter sido publicados ontem.

A posição frente ao golpe, surge um dia após a organização pan-africana ter vindo a público condenar “de forma inequívoca”, o alegado golpe de Estado na Guiné-Bissau, pedindo na ocasião “a libertação imediata e incondicional do presidente Embaló - na altura, ainda não era bem perceptível que ele era o rosto por detrás do golpe - e de todos os responsáveis detidos”, exortando todas as partes envolvidas “a agirem com a máxima contenção, de modo a evitar uma nova deterioração da situação”.

Supostamente detido pelos militares na última quarta-feira – o que não terá passado de uma encenação para camuflar a sua participação no golpe -, Umaro Sissoco Embaló chegou ontem ao Senegal. E o candidato presidencial da oposição, Fernando Dias Pereira – inicialmente tido como detido -, que alega ter ganho as eleições, garantiu à RFI que está "seguro" e fala em “encenação”, numa alusão ao golpe de Estado que, segundo a maioria dos observadores foi orquestrado e teleguiado pelo ex-presidente Sissoco.

Todos contra os golpistas

Dificilmente os militares se aguentarão no poder por muitos dias, é que a condenação dos golpistas é generalizada. O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, considerou o golpe uma "violação dos princípios democráticos" e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) também tomou posição contra o golpe e suspendeu a Guiné-Bissau de "todos os órgãos de decisão". A CEDEAO constituiu, ainda, uma comissão de alto nível, composta pelos presidentes do Senegal, Cabo Verde, Serra Leoa e Togo, que deve chegar amanhã ao país para iniciar conversações.

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