Cabo-verdiano, ex-chefe de Estado Maior em Angola, queria comprar TIVER e A VOZ. Perdeu milhões, recuou
Economia

Cabo-verdiano, ex-chefe de Estado Maior em Angola, queria comprar TIVER e A VOZ. Perdeu milhões, recuou

O antigo Chefe de Estado Maior General (CEMG) das Forças Armadas Angolanas (FAA), Francisco Pereira Furtado, perdeu dezenas de milhões de dólares num negócio que pretendia realizar em Cabo Verde, terra dos seus progenitores, relata o Correio Angolense, citando fonte do innercircle da mídia cabo-verdiana.

Escreve o jornal angolano que o general de exército, agora reformado, tentou a aquisição da primeira estação privada de TV de Cabo Verde, a Televisão Independente de Cabo Verde, TIVER. O negócio começou em 2014, um ano antes de Angola assumir estar em crise devido à baixa do preço do petróleo no mercado internacional. Então, Francisco Furtado pagou, segundo a mesma fonte, parte do valor estabelecido pelo proprietário do canal, o jornalista Rui Pereira, seu fundador e administrador.

O valor total em jogo não foi revelado, nem mesmo o montante entregue como primeira tranche da transacção, mas a fonte do Correio Angolense fala em “dezenas de milhões de dólares”, embora, de acordo com informações do conhecimento de Santiago Magazine, o valor global em causa tenha sido repartido supostamente para a aquisição de outros activos como a Universidade de Santiago (negócio abortado) e o extinto jornal A Voz, semanário lançado em 2015 e encerrado no mesmo ano após oito meses de funcionamento. Com o semanário A Voz, mesmo com reuniões várias para efectivar o negócio, a transacção parou logo no início, precisamente por causa do negócio com a TIVER.

Pois bem, poucos dias após o primeiro desembolso, denuncia o Correio Angolense, Francisco Furtado “ordenou outro pagamento a partir de uma conta domiciliada num banco em Londres para fechar definitivamente o negócio. Mas como foi alertado atempadamente pelo seu advogado sobre o incumprimento de algumas cláusulas pela contraparte, o general mandou cancelar a transferência”.

Na sequência desse cancelamento ordenado por Francisco Furtado, o banco terá bloqueado a operação por suspeitar que ela estaria a ser nutrida com fundos de proveniência duvidosa.

Não se sabe se, volvidos cinco anos após a intenção de Furtado querer investir na terra dos pais, o ordenante da operação que favoreceria a TIVER já teve acesso à conta. “O que se sabe é que o negócio, este, ficou em águas de bacalhau, o mesmo que dizer que o ex-CEMG das FAA ficou sem o pretendido canal de TV. Mais: até agora não tugiu e nem mugiu. Sequer, aliás, ousou cobrar a Rui Pereira a tranche que havia pago!”, revela a publicação.

Francisco Furtado, de ascendência cabo-verdiana, e dono de herdades vinícolas em Angola além de outras participações em empresas de peso nesse país, pretendia investir em Cabo Verde nas áreas de comunicação e educação, mas tudo foi abaixo depois de perder milhares de dólares.

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