
O Banco de Cabo Verde (BCV) anunciou hoje “não se opor” à venda do Banco Comercial do Atlântico (BCA, um dos maiores do país), por parte da Caixa Geral de Depósitos (CGD) ao grupo Coris, do Burkina Faso.
A decisão do banco central levou quase ano e meio a ser tomada, desde a entrada do pedido, devido à “complexidade” do processo, justificou o BCV, em comunicado.
Foram necessárias “diligências adicionais” pelo facto de o BCA ser “um banco sistémico” no arquipélago e de o comprador proposto “ser uma ‘holding’, com filiais em diversas jurisdições e ramificações”.
Segundo o BCV, tudo foi feito “de modo a que ficasse suficientemente demonstrado que o proposto adquirente reunia as condições que garantissem uma gestão sã e prudente da entidade-alvo de aquisição”.
A CGD anunciou, em março de 2024, a venda da participação maioritária de 59,81% no capital social do BCA ao grupo Coris, por 70,5 milhões de euros, dependentes das formalidades de direito cabo-verdiano, nomeadamente, do parecer do banco central.
A alienação faz parte do plano de reorganização da atividade internacional da CGD, que vai continuar presente em Cabo Verde através do Banco Interatlântico.
A Coris Holding apresenta-se como uma instituição financeira aprovada pela Comissão Bancária da União Económica e Monetária da África Ocidental (UEMOA) e cujas principais atividades estão organizadas em torno do setor bancário sob a marca Coris Bank International, com nove filiais.
Além do Burkina Faso (onde está cotada em bolsa), está presente na Costa do Marfim, Mali, Togo, Benim, Senegal, Níger, Guiné-Bissau e Guiné-Conacri.
A Coris Holding inclui ainda uma sucursal de financiamento islâmico, o Coris Bank International Baraka, presente noutros sete países.
O sistema financeiro cabo-verdiano conta com oito bancos comerciais, sendo o BCA um dos maiores e um dos dois bancos de "elevada importância sistémica".
C/Lusa
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