Colunista

1. Neste ano de 2025, mais precisamente, no dia 5 de julho, o meu país estará a comemorar 50 anos de independência! Se é verdade que fizemos um percurso extraordinário, facilmente comprovado por indicadores mais diversos, tais como o aumento de 29 médicos na altura da independência para mais de 600 atualmente; a redução da taxa de analfabetos que era de cerca de 60% da população, passando para uma taxa de alfabetização de quase cem por cento, ao nível do ensino básico; ou até mesmo a passagem de um sistema de partido único para a realização de eleições que, em 2024, completaram a 9ª ronda ao nível de autarquias locais;

2. Também é verdade que há uma franja inaceitável de famílias inteiras que vivem na triste e desumana pobreza, sem conseguirem "levar a panela ao lume" todos os dias. Também é verdade que há uma sangria de jovens, quadros, profissionais de várias áreas que debandam para o estrangeiro, em "busca de uma vida melhor";

3. Se é certo que a emigração é algo intrínseco a qualquer sociedade humana, já não é admissível que, enquanto sociedade, continuemos a fazê-la nos mesmos moldes de há 50 anos atrás, partindo sob a capa da exploração e da impreparação da partida, num quadro de desvalorização para todos, os que partem e o país que fica; assim como o investimento na educação e formação que ficam sem retorno social direto - quando essa juventude já formada parte aflita!

4. Não é aceitável este quadro de desesperança que se instala e se alastra, minando a autoconfiança dos jovens, destruindo sonhos, abarrotando prisões do país, condenando à fome, com uns poucos vivendo em autênticas bolhas, exibindo fartos manjares, sem pudor, nem dor de consciência!

5. É a urgência deste tempo que nos impele para a ação, hoje, aqui e agora, para, juntos, na união, diálogo e concórdia, irmos para além dos limites, para construirmos um Novo Lugar em nossa terra, onde todos os sonhos serão possíveis de serem transformados em realidade, pelas nossas mãos, com o nosso querer e o nosso suor!