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Sindicatos suspendem greve dos vigilantes em protesto contra requisição civil decretada pelo Governo
Sociedade

Sindicatos suspendem greve dos vigilantes em protesto contra requisição civil decretada pelo Governo

Os sindicatos que convocaram a greve nacional de 72 horas dos agentes de segurança privada, iniciada ontem, 17, decidiram ao final da tarde suspende-la a partir das 00:00 de sexta-feira, em sinal de protesto contra a requisição civil decretada pelo Governo, que, com a medida, passa a “expor os trabalhadores a serem alvo de perseguição e processos disciplinares ou civis”.

A decisão é dos sindicatos da Indústria Geral, Alimentação, Construção Civil, Agricultura e Serviços Afins (SIACSA) e da Indústria, Serviços, Comércio, Agricultura e Pesca (SISCAP), que acusam o Governo de decretar uma “requisição civil, exagerada e abusiva, para impossibilitar a continuidade da greve”.

O sindicalista Eliseu Tavares, do SISCAP, considerou que perante a requisição civil, que “inviabiliza o direito de realizarem a greve”, as duas organizações sindicais não podiam “expor os trabalhadores a serem alvo de perseguição e processos disciplinares ou civis”.

Para este dirigente sindical, o Governo devia se preocupar com a concretização dos serviços mínimos que os sindicatos estiveram dispostos a oferecer”, e que esta exigência civil “veio por a nu e cru uma grande fragilidade com quase todos os vigilantes a serem convocados para os seus postos de trabalho”.

Explica Eliseu Tavares, os sindicalistas discutiram com o patronato e a Direcção-Geral do Trabalho que estariam na disposição de prestar os serviços mínimos com um segurança privado por cada turno de quatro integrantes, mas que o Governo preferiu requisitar três vigilantes por cada posto de trabalho, como forma de inviabilizar a greve.

Afirma que com esta medida, o Governo “veio a ser muito benevolente com as empresas de segurança privada” alegando que as sete empresas do ramo, localizadas na Associação Nacional das Empresas de Segurança Privada (ANESP), faltaram o incumprimento do Acordo Colectivo de Trabalho e acusa ainda algumas empresas de nunca terem respondido a Direcção-Geral dos Trabalho para as reuniões de negociação.

Os sindicatos pretendem voltar a reunir com os vigilantes para apresentarem um novo pré-aviso da greve, com o argumento que a segurança privada se afigura como um sector “muitíssimo importante” para o país, mas que a requisição civil, “da forma como foi decretada”, segundo Eliseu Tavares, tirava toda a força e os efeitos desta greve.

Os sindicatos reivindicam a implementação do Acordo Colectivo de Trabalho, rubricado entre as partes em Fevereiro deste ano e que recomenda a actualização da grelha salarial a partir do 1º de Janeiro último.

Com Inforpress

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Redação