Mónica Santiago (foto), de 27 anos, faleceu durante o processo de evacuação para a ilha do Fogo, na noite de sábado passado. Os familiares e a população da Brava estão indignados com o que consideram ser um descaso das autoridades e ameaçam protestar com uma manifestação pública, sábado que vem, 9 de março.
A manifestação será sobretudo voltada pela falta de transporte de e para a ilha da Brava, particularmente para responder a casos de emergências, como a evacuação de doentes, que acontece com mais frequência.
Assim, o povo da Brava quer “chamar a atenção do Governo e as demais autoridades do país, para que estes analisem a situação que a ilha está enfrentando”, sobretudo a nível de transportes inter-ilhas.
Edília Gonçalves, irmã da vítima afirmou perante a imprensa que nem a ambulância havia para transportar a vítima, que acabaria por ser conduzida para o porto da Furna numa viatura particular, oferecida pelo proprietário de um minimercado.
A complicar ainda mais a situação pesou as más condições no trajeto Brava/Fogo.
Entretanto, num comunicado, a Delegacia de Saúde, declara ter feito tudo ao seu alcance para salvar a vida da parturiente e do seu bébe.
O delegado de Saúde da Brava, Carlos Dias, assegurou ainda que a parturiente não tinha antecedentes obstétricos e não era considerada uma grávida de risco.
Todavia, durante o parto, Mónica teve complicações com paragem de progressão fetal, e quando assim é a solução é a realização de uma cesariana.
As péssimas condições climatéricas também contribuíram para o desfecho fatal, pois o barco teve sérias dificuldades em atracar e só veio a conseguir na terceira tentativa, porém tarde para salvar a vida da Mónica e do seu bebé.
Casos do tipo são sempre dramáticos e levantam muitas questões no imaginário coletivo. O Ministério da Saúde e da Segurança Social (MSSS), por seu turno, já informou que vai avançar com uma auditoria técnica para apurar os factos relacionados com esta tragédia e assim assacar responsabilidades.
Comentários