Johnny Brandão, o fugitivo suspeito de ser co-autor material do assassinato da jovem salense Zenira Gomes, em 2021, na cidade da Praia, assim como do cambista Branco, em 2014, foi posto liberdade esta quinta-feira, 25, pelo Tribunal Federal de Boston e vai aguardar julgamento por falsa declaração da perda de passaporte em prisão domiciliária.
Segundo fonte de Santiago Magazine, que acompanha o caso nos EUA, pesou na decisão o facto de Johnny Brandão não ter antecedentes criminais em solo norte-americano, que, aliás, não considera os crimes pelos quais é suspeito em Cabo Verde.
Os seus advogados esperavam outra medida de coação (aguardar julgamento em total liberdade), mas em se tratando de um crime federal, como é a prestação de falsas declarações relacionadas com um documento de identificação, o Tribunal Federal de Boston decidiu pela sua prisão domiciliária, o que o vai permitir estar na companhia da família em vez de fechado numa instituição penitenciária.
O seu julgamento ainda não tem data marcada, mas a defesa continua a acreditar que será posto em liberdade, embora a procuradora do caso tenha pedido ao TF de Boston uma pena entre 10 meses e 16 meses de prisão efectiva.
Johnny Brandão terá mentido às autoridades americanas no Senegal (onde alegou ter perdido o passaporte para poder obter um salvo-conduto para viajar para os EUA após fugir de Cabo Verde), uma vez que teve seus passaportes americanos e cabo-verdianos confiscados quando foi libertado da prisão preventiva pelo Tribunal da Comarca da Praia, com a justificação de falhas processuais.
Em Cabo Verde, Brandão é acusado de ser um dos assassinos do cambista conhecido por Branco, em março de 2014, e da jovem Zenira Gomes, em agosto de 2021. Curiosamente, nestes dois casos os corpos foram descartados no mesmo local: Ribeira Laranjo. Nenhum desses processos serão julgados pela justiça americana.
Em janeiro último Santiago Magazine falou em exclusividade, via internet, com Johnny Barros Brandão. Na altura negou ter participado no caso de Zenira Gomes, acusou Gelson, taxista e também arguido no processo, de instigar a sua criminalização, “a mando de alguém que quer apoderar-se do” seu dinheiro, fez revelações bombásticas sobre o comportamento de agentes da Polícia Judiciária e denunciou inserção de falsidades na investigação.
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