Coordenador do MpD em São Vicente justifica ausência da XIII Convenção com “falta de transparência” na composição das listas
Política

Coordenador do MpD em São Vicente justifica ausência da XIII Convenção com “falta de transparência” na composição das listas

O Coordenador da Comissão Política Concelhia do MpD em São Vicente, disse hoje, no Mindelo, que houve falta de transparência na feitura das listas à XIII Convenção Nacional do partido.

Por esta razão, Armindo Gomes não participa na Convenção Nacional do seu partido que decorre na Cidade da Praia, a primeira após a reeleição de Ulisses Correia e Silva como o presidente do partido que suporta a governação.

Segundo Armindo Gomes “vai haver Convenção Nacional, que é o órgão máximo do partido, mas não vai haver pluralismo, debate, nem a participação de outras correntes que possam existir no partido”.

Isto porque, explicou, as eleições internas “não foram o desejável” porque muitos militantes “não compreenderam as razões” de se ter “misturado eleições para a liderança do partido” com as “eleições para a escolha do cabeça de lista à convenção”.

“Muitos militantes sentiram-se excluídos. Não se reviram na lista única, com o nome lista U, liderada por Augusto Neves, pois nem sequer sabiam da composição da mesma. As pessoas que estiveram na apresentação da lista, que foi apresentada simultaneamente com a candidatura de Ulisses Correia e Silva para a liderança do partido, tiveram o conhecimento dela, mas os outros militantes, simpatizantes e amigos do partido desconheciam-na”, explicou.

No seu entender houve “muita confusão” com uma lista única cujo nome não se sabia se referia à palavra única ou se referia a Ulisses.

“A comissão política foi preterida na organização de todo o processo, aliás nem podíamos ser porque nós não iremos admitir recomendações do Gabinete de Apoio ao Processo Eleitoral, que dias antes das eleições, recomendou que somente pessoas que tinham cartão de militante podiam votar em manifesta violação do Estatuto do partido, dos princípios eleitorais e do código eleitoral que auxilia o partido nas eleições internas”, criticou o coordenador do MpD em São Vicente.

Armindo Gomes disse ter apoiado Ulisses Correia e Silva porque concorda com a forma como ele governa o País, mas discorda da forma como ele lidera o partido.

No seu entender, Ulisses Correia e Silva não poderia apresentar lista única em São Vicente porque as listas às convenções são apresentadas pelos militantes em cada concelho e ele, como coordenador, podia apresentar a sua lista sem estar em discordância com o apoio que manifestou a Ulisses Correia e Silva.

Mas alegou que a comissão política e o seu presidente “não foram ouvidos nem achados nas eleições internas”.

“O único a ser eleito como presidente da comissão política sou eu. Os outros são nomeados e são eles que estão na convecção. Foram eleitos atrás de mim para a Assembleia Política Concelhia, alguns foram nomeados pela minha pessoa como membros da Comissão Política. E o Augusto Neves teve até a ousadia, ou digo o desplante, de me pôr numa lista para a convenção no 11º lugar. Isto é inaceitável”, criticou, dizendo que “Augusto Neves não foi eleito directamente pelos militantes”.

Questionado se não teme que estes problemas afectem o MpD tendo em conta o aproximar das eleições, Armindo Gomes respondeu que a sua posição é um recado para o presidente do partido que ele tem de conciliar o partido.

“Augusto Neves e Maria Santos Trigueiros brigaram todo tempo neste partido e agora estão numa lista única. O jovem deputado Vender Gomes e o Domingos da Ressurreição Lima, que foi um dos destituídos da comissão política, nunca estiveram juntos. Ulisses conseguiu fazer esta lista de unir e de meter-me nesta lista. É isso que eu não lhe admiti porque ele garantiu-me que eu estaria no terceiro lugar da lista”, arrematou realçando, porém, que estar em terceiro ou 40 não lhe importa porque o importante era estar na convecção.

Mas, ressalvou, não irá e não irá à convecção “enquanto a mesma não for transparente”.

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