Manuel Alves é uma alta patente da Polícia Nacional, ocupa o posto de Intendente, desempenhava, até 31 de Outubro deste ano - data em que lhe foi dada por finda a comissão de serviço, as funções de Comandante da Guarda Fiscal. Alves atingiria a idade de aposentação a 10 de Novembro, pelo que foi demitido a 9 dias da data limite para entrar na reforma.
Segundo uma fonte bem posicionada na Polícia Nacional (PN), com esta demissão, Manuel Alves ficou prejudicado materialmente num valor que ascende aos 40 mil escudos mensais, para além de danos emocionais e psicológicos. "É uma forma de se vingarem de um homem que se recusou vergar perante os jogos de bastidores", conclui esta fonte de Santiago Magazine, para acrescentar que isto mexe com as emoções e autoestima de qualquer um.
Aliás, este alta patente da PN, veio a público, através da sua página do facebook, manifestar a sua indignação por aquilo que considera ser “perseguição, abuso do poder, assédio moral, discriminação, desprezo, despotismo”, ameaçando avançar com uma petição pública para “apelar a justiça, o respeito pela dignidade da pessoa humana e a demissão pacífica de um senhor que nos últimos tempos tem estado a promover essas más práticas no nosso meio, criando uma situação de incerteza, de medo nalguns e de insegurança jamais vivida entre nós”.
Confira o seu post aqui. “Quem daria por finda a comissão de serviço a um quadro a 10 dias de atingir a idade limite para a reforma, ignorando todo o seu percurso profissional, não tendo ele nenhum antecedente disciplinar e criminal, detentor de dois louvores, aluno brilhante das academias que frequentou, um dos poucos oficiais veteranos que conseguiu superar o grau académico de mestre, que dirigiu de forma exemplar todos os departamentos por onde passou, que participou incansavelmente na formação da grande maioria dos efectivos da polícia, desde o início dos anos 90 a esta parte, só porque esse quadro pensa diferente?
Eu gostaria de saber o que os meus amigos pensam disso, porque eu e mais alguns colegas, vítimas de perseguição, abuso do poder, assédio moral, discriminação, desprezo, despotismo, vamos levar a cabo uma petição pública para apelar a justiça, o respeito pela dignidade da pessoa humana e a demissão pacífica de um senhor que nos últimos tempos tem estado a promover essas más práticas no nosso meio, criando uma situação de incerteza, de medo nalguns e de insegurança jamais vivida entre nós.
Nós contamos com a vossa participação massiva na assinatura dessa petição, porque pacificamente se consegue erradicar o mal pela raiz. O que não pode continuar é a disseminação da maldade, prejudicando as pessoas de bem e as suas famílias só porque se dispõe de um poder conjuntural, que mais cedo ou mais tarde cairá, como tantos outros caíram. Vamos à luta pacífica, pela dignidade do Homem!”
Manuel Alves era um dos favoritos ao cargo de director Nacional da PN, tendo sido preterido por Paulo Rocha a favor de Emanuel Estaline.
Tido como um dos oficiais operacionais mais bem preparados na PN, Alves goza de muita simpatia no seio dos profissionais de segurança e ordem pública, sobretudo por ter sido professor de várias gerações de agentes da PN.
Nos últimos tempos, Alves tem aparecido várias na sua página do facebook, criticando a corporação policial e os cabecilhas que a dirigem, chegando inclusive a acusar de que alguém com elevadas responsabilidades na PN teria mandado colocar o seu telemóvel sob escuta.
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