A eleição aconteceu esta tarde de segunda-feira, 3, na Nigéria, e marca a estreia de uma deputada lusófona no cargo.
A deputada do PAICV por São Vicente, Filomena Martins, foi eleita esta segunda-feira presidente da Rede de Mulheres Parlamentares da África Ocidental (ECOFEPA, sigla em inglês), para um mandato de três anos.
Martins terá um Bureau constituído ainda por mais quatro elementos: 1ª Vice Presidência fica com o Burkina Faso, a 2ª Vice Presidência com a Senadora da Nigéria, a Secretária Geral é do Senegal e a Tesoureira vem da Gâmbia.
A tomada de posse acontece já na próxima semana, dia 10. E a primeira acção deste novel bureau será em Cabo verde, no mês de Fevereiro, na ilha do Sal que acolherá uma sessão extraordinária do Parlamento.
Note-se que esta é a primeira vez que um país lusófono do grupo (Cabo Verde e Guiné Bissau) assume a presidência da ECOFEPA o que, segundo Filomena Martins em reacção ao Santiago Magazine, considera “uma honra para Cabo Verde”.
“Os desafios são enormes pois os IDH, em muitos Estados Membros, são muito baixos.... Por exemplo, urgem medidas de politica educativa e social que garantam o acesso à Educação das meninas ( taxa de analfabetismo é superior aos 60%, em alguns casos) e, consequentemente, a capacitação e formação das mulheres, visando, gradualmente, romper com o perfil da pobreza, que teimosamente, se mantém feminino”, perspectiva a nova líder das Mulheres Parlamentares da África Pcidental.
Outros desafios indicados por Martins, prendem-se com “o casamento prematuro e obrigatório, do ponto de vista social e cultural, seguido da gravidez precoce e da ‘imposição naturalizada’ de uma poligamia, com a qual uma menina de 12/13 não consegue lidar... a mutilação genital feminina que não é apenas uma questão cultural, mas igualmente, religiosa e económica, o trabalho infantil, o ser mulher num contexto de guerra, etc, etc”, observa, antes de reconhecer que “tudo isto culmina numa violência psicológica muito mais humilhante e degradante que a fisica que,obviamente, também existe.
A ECOFEPA, desloca-se aos Estados Membros de forma autónoma ou em parceria com o SNU ( ONU-Mulheres), o Centro de Género da CEDEAO, sediado em Dakar, e todas as demais redes e organismos internacionais, cuja acção incide sobre a MULHER, constituindo equipas multinacionais e multidisciplinares, visando a agilização e concretização de uma acção mais eficiente e eficaz.
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