A candidatura “Pela Qualificação Permanente do Jornalismo Cabo-verdiano”, concorrente aos órgãos sociais da Associação Sindical dos Jornalistas de Cabo Verde, acaba de tomar conhecimento de um despacho do Conselho de Administração da RTC dando conta de que já está concluída a versão FINAL do “Código de Ética e Conduta” proposto aos trabalhadores da empresa.
No mesmo despacho é dito que esse documento, já foi enviado aos directores dos órgãos, TCV e RCV, para encaminhamento aos trabalhadores, presume-se que para entrada imediata em vigor.
O CA da RTC informa ainda que nessa versão final foram contempladas todas as correcções resultantes de um suposto “processo de socialização”, embora, que se saiba, os jornalistas que se posicionaram publicamente contra, assim como a AJOC, sempre deixaram claro que o documento era estruturalmente defeituoso e que não satisfaria os interesses em jogo com uma simples operação de cosmética.
Ora, no seu despacho, o CA da RTC fala da supressão de palavras/frases/passagens que foram corrigidas para não parecerem chocantes, e adianta que foram feitos acréscimos para enriquecer o documento, além de dar a entender que todo o repúdio que o mesmo mereceu resultou de “dificuldades de compreensão” por parte dos seus críticos, notadamente os jornalistas.
Recordamos aqui que o Código de Ética e Conduta foi liminarmente rejeitado pela classe, que, sem enjeitar, como não podia deixar de ser, a necessidade de instrumentos indutores de boa conduta e prática profissionais, defendeu a construção de um projecto de raiz, participado e expurgado de qualquer espírito paternalista, visão tutelar ou pensamento pré-concebido.
Ao longo do processo, em nenhum momento esta posição foi bem vista, insistindo o CA na sua simples melhoria a partir dos subsídios que viessem a ser recolhidos.
É verdade que ainda não tomámos conhecimento da versão final, e é justo que o façamos antes de qualquer apreciação, positiva ou negativa. De qualquer forma, e na linha da corência que sempre nos caracterizou, comunicamos que nos mantemos firmes na posição anteriormente assumida, caso o código que ora vai entrar em vigor não tenha tido em conta as considerações por nós avançadas.
O que queremos é uma relação saudável com a empresa onde trabalhamos, mas sem qualquer tipo de cerceamento das liberdades e direitos dos jornalistas e dos restantes trabalhadores. Esta candidatura primará sempre por este princípio, e caso o “Código de Ética e Conduta” da RTC vier a significar uma violação desses direitos, estaremos, enquanto trabalhadores da RTC, jornalistas e dirigentes da AJOC, na primeira linha da batalha para a combater.
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