Alguns deputados do MpD estão a pedir a cabeça do ainda presidente do partido e primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva. Segundo fontes deste jornal, num encontro dos deputados ventoinhas realizado ontem, 9, Orlando Dias, Alberto Melo e Paulo Veiga defenderam que Ulisses deve ir embora.
A decisão de Ulisses Correia e Silva não será fácil, mas terá impacto direto no futuro do MpD e, possivelmente, no seu próprio futuro político. Sair agora, enquanto o tempo está do seu lado, pode ser uma jogada estratégica que o posicionará favoravelmente para uma candidatura à Presidência da República, além de contribuir para a renovação do partido. Independentemente do caminho escolhido, é essencial que a prioridade seja sempre o interesse de Cabo Verde e a manutenção da confiança dos cidadãos nas instituições democráticas.
A reviravolta política desencadeada pelas eleições autárquicas em Cabo Verde é um dos eventos que marca o ano de 2024 no arquipélago e cujos efeitos deverão perdurar.
O Presidente da República, José Maria Neves, considerou que a forma como foi organizado e comemorado o centenário de Mário Soares deve servir como “referência de aprendizagem” de valorização dos “momentos marcantes” da história de cada país.
Músicos e estudiosos da morna, estilo musical cabo-verdiano que na quarta-feira completa cinco anos como património da humanidade, queixam-se da falta de um elo de ligação às escolas e às gerações mais novas.
O deputado nacional, Orlando Dias, imputa toda a responsabilidade da derrota do MpD nas eleições autárquicas de 1 de dezembro ao Ulisses Correia e Silva, convidando-o a colocar o cargo à disposição dos órgãos nacionais do partido, para a consequente marcação de “uma Convenção Nacional Extraordinária", bem como a marcação de eleições internas para escolha do novo líder.
Se tivesse alguma dignidade, se não estivesse amarrado ao poder, se tivesse alguma inteligência política ou, no mínimo, alguma dignidade, Ulisses Correia e Silva já se teria demitido.