Quem pode entender os próprios erros? Expurga-me tu dos que me são ocultos (Salmos 19:12)
Dia destes revolvi achar uns óculos que tinha “guardado”. Procura daqui, remexe dali, acabei envolvendo minha esposa na aventura. Horas depois, havíamos esvaziado algumas gavetas há muito sem mexer e amontoado dois grandes sacos com lixo e material para reciclagem. As gavetas, antes cheias e bagunçadas, agora tinham espaço e estavam limpas e cheirosas.
Pensando um pouco sobre o assunto, acho que de vez em quando a gente deveria fazer isto não apenas com as gavetas dos móveis da casa, mas com o que chamo de “gavetas da alma”, que acabam juntando tanto sujeira inútil e nociva. Tralhas acumulam com o tempo, inocentemente. Não sei onde guardar? Vai “para” a gaveta. Só são vistas de vez em quando, ao ocasionalmente abrir as tais gavetas e tornar a fechar bem rapidinho. Mas e as gavetas da alma, quando a gente abre? Quando as limpa? Com o tempo acumulam-se nos esconderijos da mente mágoas, rancores, cismas, hábitos, manias, fraquezas, fantasias, maus pensamentos, mentiras de todo o tipo. Vão se amarelando, ressecando, tornando-se enrijecidos, criam teias de aranha, emaranham-se nas emoções, forjam o jeito de ser. Com a idade, a crítica vai diminuindo e as velhas gavetas se manifestam em todo o seu “esplendor”.
Foi muito bom sentir o cheirinho de limpeza das gavetas recém-arrumadas. Cheguei à conclusão de que preciso fazer a mesma coisa com as gavetas de minha alma. E pensando bem, os tais “erros que me são ocultos”, não o são por desconhecimento: sei muito bem que eles existem, mas simplesmente me acostumei a escondê-los no fundo de uma velha gaveta de “deixar para lá”. Preciso de ajuda. Bem diz o salmista: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece as minhas inquietações. Vê se em minha conduta algo te ofende, e dirige-me pelo caminho eterno” (Salmos 139:23-24).
Leitura Bíblica: Salmos 19:9-14
O que guardamos na mente precisa ser frequentemente exposto à luz.
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