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Cancelamento do concurso para exploração dos Portos. JHA considera que credibilidade do país está em causa
Política

Cancelamento do concurso para exploração dos Portos. JHA considera que credibilidade do país está em causa

Janira Hopffer Almada (JHA), presidente do PAICV considera que a posição do Governo em cancelar o concurso internacional para subconcessão dos principais portos de Cabo Verde poderá pôr em causa a credibilidade do país.

A líder do maior partido da oposição, que falava em conferência de imprensa, disse que esse concurso internacional foi lançado com o apoio de instituições internacionais, como o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), e lembrou que há compromissos que o Estado de Cabo Verde deve respeitar.

“Quando se começa a desrespeitar os compromissos internacionais sem se explicar o país as razões concretas desse cancelamento, com as consequências que poderão advir é preciso que todos nós estejamos conscientes que isso terá impactos negativos na nossa credibilidade externa, na nossa imagem e na avaliação que os parceiros fazem de Cabo verde”, considerou.

Janira Hopffer Almada sublinhou ainda que o Governo não pode se escudar apenas na justificação de que tem uma outra visão para cancelar esse processo e outras acções, “pondo em causa os próprios interesses do país”.

“O Governo tem de dizer qual é esta outra visão, tem de concretizar e dizer quais são as razões concretas que não eram passíveis de qualquer renegociação para tentar de facto salvaguardar não só os interesses do país, mas também a imagem e a credibilidade de Cabo Verde”, sugere JHA.

O Governo de Cabo Verde decidiu cancelar o concurso internacional para a subconcessão dos principais portos de Cabo Verde, lançado em 2015 pelo anterior executivo e que previa a divisão da gestão dos portos em dois blocos, sendo o primeiro composto pelos portos da Praia e do Mindelo e o segundo pelos de Palmeira e Sal-Rei, Sal e Boa Vista, respectivamente.

Num comunicado de imprensa distribuído depois de um “post” do Ministro das Finanças, Olavo Correia, o executivo explica que o modelo de subconcessão, anteriormente adoptado para a exploração dos principais portos de Cabo Verde, não responde às exigências da nova visão e da estratégia definidas para o sector.

De acordo com o Governo o Grupo Bolloré foi a única empresa a submeter uma proposta técnica e financeira para a subconcessão do primeiro bloco que inclui os portos da Praia e Mindelo, não tendo sido apresentada nenhuma proposta para o bloco que incluía os portos do Sal e da Boa Vista.

“Após uma aprofundada análise do processo, o actual Governo concluiu que o modelo de subconcessão, anteriormente adoptado para a exploração dos principais portos de Cabo Verde, não responde às exigências da nova visão e da estratégia definidas para o sector”, refere o comunicado.

No documento o Governo adianta que está empenhado em imprimir eficácia e competitividade ao sistema nacional dos portos, o que recomenda a negociação de fórmulas de cooperação com o sector privado.

Para tal as empresas têm de possuir “know-how” relevante em matéria de logística portuária, capacidade de investimento e “network” necessários que permitam assegurar que os portos de Cabo Verde assumam uma posição efectivamente estratégica ao nível do Atlântico Médio.

Com Inforpress

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