Lavagem de dinheiro: Ministro Carlos Santos põe cargo à disposição e traz Amadeu Oliveira ao barulho
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Lavagem de dinheiro: Ministro Carlos Santos põe cargo à disposição e traz Amadeu Oliveira ao barulho

O Ministro do Turismo e Transportes confirmou esta manhã que colocou o seu cargo à disposição do primeiro-ministro para poder colaborar com a justiça e esclarecer esta polémica, em que também aparece o nome do advogado Amadeu Oliveira como susposto pivot.

Carlos Santos confirmou a notícia avançada ontem em primeira-mão por Santiago Magazine e assumiu esta manhã aos jornalistas que foi, de facto, notificado pela Procuradoria da República, na semana passada, num processo em que é suspeito de lavagem de capital em torno de uma operação bancária, ocorrida em 2014. Mas defende que se tratou de “simples transação/empréstimo”, a favor de um seu amigo.

Conforme explicou, a pedido do advogado Amadeu Oliveira, aceitou receber na sua conta bancária em Portugal o valor de 25 mil euros (cerca de 2.700 contos) de um cliente para quem Oliveira prestara serviço de advocacia. “O Amadeu Oliveira, com quem tive uma relação de amizade e confiança, desde os tempos da universidade, sabendo que eu tinha conta bancária em Portugal, pediu-me se eu poderia receber nesta conta bancária, uma quantia de 25 mil Euros (cerca de 2.700 contos) de um cliente a quem teria prestado serviços de advocacia. Justificou esse pedido porque não teria conta em Portugal”, disse Santos. O tal cliente é um advogado português Luis Rodrigues e a trama estará relacionada com o INPS. 

“Aceitei e disse-lhe que eu poderia devolver o valor aqui em Cabo Verde”, garantiu. “Reafirmo a minha inocência e acredito que a Justiça irá funcionar”, prosseguiu o governante, que revelou que fez chegar à Procuradoria da República "cópia dos E-mails trocados na altura com Amadeu Oliveira em que, ainda bem, registei os momentos do depósito e da devolução”.

Envolto num susposto esquema de lavagem de capitais, Carlos Santos diz que assim que recebeu a notificação, na semana passada, colocou o seu o cargo à disposição ao Primeiro-Ministro, admitindo que a suspeita contra ele é “tão grave”.

Carlos Santos, agora arguido no processo, não teve nenhuma medida especial de coação, a não ser o dever de comparecer perante o juiz, o magistrado do processo, a polícia criminal e manter-se à disposição sempre que for chamado ou notificado.

Em baixo, cópia do Auto de constituição de arguido:

 

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SOBRE O AUTOR

Redação

    Comentários

    • Djuga pitabola, 30 de Jan de 2025

      Estou à espera d o comentário ro Sr. Doutor pitadabola sobre esta assunto. Já que entendido na matéria. Fanatismo doentio não leva ninguém a lugar nenhum.

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    • André Duarte Moreira, 30 de Jan de 2025

      Este é um processo normal que acontece, sobretudo com muitos emigrantes da diáspora.
      Pessoas com valores em Portugal e querem transferir para Cabo Verde, a primeira solução que procura, é tentar arranjar alguém que tenha conta em Portugal e que tenha disponibilidade para depositar o valor equivalente na sua conta em Cabo Verde.
      Eu, André Duarte Moreira, emigrante, empresário, fiz isto muitas vezes, mas não fiz nenhuma lavagem de capital.

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