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Olavo Correia quer uma mulher no conselho de administração do Banco de Cabo Verde
Economia

Olavo Correia quer uma mulher no conselho de administração do Banco de Cabo Verde

O próximo conselho de administração do Banco de Cabo Verde terá uma mulher, anunciou o ministro Olavo Correia, ao presidir ao acto de posse de novos membros do conselho directivo da Auditoria Geral do Mercado de Valores Mobiliários.

“Sempre que tenho a oportunidade de nomear órgãos colegiais, procuro que todos os géneros sejam representados”, afirmou o ministro das Finanças, para quem, neste aspecto, “há uma falha” no BCV, pelo que, diz ele, na próxima alteração fará esta “correcção porque o Banco de Cabo Verde merece uma mulher no conselho de administração”.

Para o ministro das Finanças e Administração Pública, é “importante que o país tenha instituições qualificadas e respeitadas” já que são estas que fazem Cabo Verde “crescer, avançar e desenvolver”.

Na sua perspectiva, não basta apenas o país dispor de um quadro legal robusto, moderno e do melhor do mundo, pois é necessário que haja também “recursos humanos capazes de implementar este quadro legal”.

“O nosso país precisa de ter cidadãos do mundo. Cidadãos que são digitalmente letrados, com capacidade de comunicar, abertos e disponíveis para abraçarem mudanças, mas também temos de ter o ecossistema local que viabilize o posicionamento global do nosso país”, afirmou, acrescentando que isto “será possível com uma educação de excelência”.

Segundo ele, o “maior desafio de Cabo Verde está numa educação de excelência, do pré-escolar ao universitário, passando pela formação profissional”, precisou, lembrando que “não será possível ter uma praça financeira internacional sem uma educação de excelência no nosso país”.

“Temos que procurar formatar em Cabo Verde este quadro (de excelência) no sistema educativo”, indicou o governante, adiantando que este é “o maior desafio de Cabo Verde”.

Segundo Olavo Correia, “não é a dívida pública, nem o financiamento e nem questões orçamentais”, que constituem “maiores desafios” do país, “porque tudo isto tem solução”.

“Se tivermos jovens e instituições qualificados, estaremos em condições de abordar e vencer todos os demais desafios”, assegurou.

Indicou, por outro lado, que Cabo Verde é um país que “não tem escala” e, por isso, para se desenvolver precisa de ser livre e garantir a “livre circulação de pessoas, de bens e capitais”.

“Não podemos querer ter a livre circulação de capitais com inúmeras burocracias ao nível das leis e dos regulamentos”, disse o responsável pelo departamento governamental das Finanças e Administração Pública, defendendo que o país não avançará se continuar centrado sobre as ilhas, as localidades ou os bairros.

“É preciso reformas e roturas para criarmos algo novo para o nosso país em todas as áreas de governação”, acentuou, apontando o exemplo de que não se pode ter uma companhia de bandeira dos transportes aéreos “sem uma gestão adequada”.

Notou, por outro lado, que o problema “não é mudar de pessoas”, mas sim “mudar de modelo de governação das empresas públicas para que o país possa criar as condições de desenvolvimento”, o que significa “romper com status quo assumindo todas as consequências”.

“Já disse alguém que os países desenvolvidos precisam de governantes corajosos. Quem tiver medo não pode estar neste negócio. E romper significava assumir custos e ónus, no mínimo, a curto prazo”, sublinhou Olavo Correia, revelando que o Governo vai avançar com uma lei para “garantir a livre circulação de capitais”.

No quadro da reestruturação da CV Garante anunciou a criação de uma “instituição cem por cento pública” e, para tal, o Estado “vai comprar as acções dos privados”.

A CV Garante, de acordo com o ministro, vai ser capitalizada com cerca de dez milhões de dólares americanos e, para o efeito, estão em curso negociações com o Banco Mundial.

A Sociedade de Desenvolvimento Empresarial (SDE) está também a ser transformada numa sociedade de capital de risco cem por cento pública, tendo já o Estado comprado parte das acções que pertenciam ao privado.

“Estamos a negociar a constituição de um fundo de garantia para a promoção do investimento privado para viabilizar grandes negócios que possam ter efeitos estruturantes e impactantes na economia cabo-verdiana”, concluiu Olavo Correia.

Com Inforpress

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