O dinheiro em circulação física em Cabo Verde voltou a renovar máximos em 2021, pelo quarto ano consecutivo e aumentando quase 9% face ao ano anterior, chegando ao equivalente a 14,4 milhões de contos, segundo dados do banco central.
De acordo dados de um relatório do Banco de Cabo Verde (BCV) compilados hoje pela Lusa, este aumento ficou a dever-se “às necessidades da economia”, conforme descreve o próprio banco central.
Assim, o valor total das notas e moedas em circulação em Cabo Verde no final de 2021 ascendia a mais de 14.200 milhões de escudos, o que corresponde a um aumento de 8,44% face aos 13.096 milhões de escudos que circulavam em dezembro de 2020 no país.
“Em 31 de dezembro de 2021, as notas em circulação caracterizavam 94,86% das notas e moedas em circulação, enquanto as moedas em circulação representavam 5,14%”, explica o banco central cabo-verdiano, no mesmo relatório.
Em 2019, o dinheiro físico em circulação em Cabo Verde ascendia a mais de 12.242 milhões de escudos, em 2018 a mais de 11.345 milhões de escudos e em 2017 a mais de 10.787 milhões de escudos, segundo o histórico disponibilizado pelo banco central.
Já o custo com a emissão e destruição de notas e moedas pelo BCV aumentou quase 29,5% em 2021, face aos gastos do ano anterior, para 59 milhões de escudos, essencialmente devido à emissão da nova família de notas e reforço de moedas em circulação.
“O aumento de 29,48% face a 2020, decorre, essencialmente, da emissão de notas novas para suprir as necessidades de economia”, justifica o banco central.
Enquanto banco central da República de Cabo Verde, o BCV tem a responsabilidade de assegurar e regular a criação, a circulação e o valor da moeda nacional cabo-verdiana.
Cabo Verde enfrenta uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística – setor que garante 25% do PIB do arquipélago – desde março de 2020, devido às restrições impostas para controlar a pandemia de covid-19.
O país registou em 2020 uma recessão económica histórica, equivalente a 14,8% do PIB, e um crescimento económico de 7% em 2021, impulsionado pela retoma da procura turística no quarto trimestre.
Entretanto, devido às consequências económicas da guerra na Ucrânia, o Governo cabo-verdiano reviu de 6% para 4% a perspetiva de crescimento económico em 2022.
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