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Esta sexta-feira, 19, a equipa do candidato Fernando Dias da Costa apresentou as atas das mesas de voto das eleições de 23 de novembro que, segundo alegam, mostram “de forma indiscutível” a sua vitória nas eleições presidenciais na Guiné-Bissau.

Saïd Larifou, advogado do candidato, disse à RFI que, “nos próximos dias”, Fernando Dias da Costa e seus aliados políticos deverão “assumir as suas responsabilidades” e que esperam o reconhecimento da União Africana, da CEDEAO [Comunidade Económica da África Ocidental] e das Nações Unidas como “presidente eleito pelo povo da Guiné-Bissau”.

O advogado falava numa conferência de imprensa, em Dakar, no Senegal, onde apresentou as “atas certificadas e autentificadas” pelas comissões eleitorais regionais que “mostram de forma incontestável que Fernando Dias da Costa foi eleito presidente da Guiné-Bissau” logo à primeira volta, sublinhou.

Comissão Nacional de Eleições está refém dos golpistas

Saïd Larifou disse, ainda, que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) está “refém” dos golpistas e, por isso, não anunciou os resultados que estão agora à disposição de todos.

“Sabemos também que a Comissão Nacional de Eleições está refém dos militares, que a impedem de emitir o seu parecer. As comissões regionais produziram resultados que estão disponíveis, tanto para a CNE como para a comunidade internacional. De qualquer modo, estes resultados estão agora disponíveis para o povo soberano da Guiné-Bissau e para a opinião pública internacional”, enfatizou o advogado.

Saïd Larifou sublinhou, também, que vão ser enviadas cartas a diferentes organizações internacionais para lhes pedir o reconhecimento do candidato como “presidente eleito pelo povo da Guiné-Bissau”.

O advogado de Fernando Dias da Costa acrescentou que continuam as diligências, nomeadamente junto da CEDEAO, para libertar os aliados políticos do candidato que continuam detidos, como Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC.

Por outro lado, Saïd Larifou adiantou que Fernando Dias da Costa vai reclamar a devolução à Guiné-Bissau dos cinco milhões de euros apreendidos em Portugal no caso que envolve a esposa do ex-presidente Umaro Sissoco Embaló, uma irmã desta e um alto quadro do protocolo da presidência.

C/RFI
Foto: DR