Durante mais de oito anos de governo, Olavo Correia nunca havia organizado no ministério das Finanças (e ao fim-de-semana) encontros com quem ele chama de “empreendedores” (nesta matéria, o vice sempre revelou equívocos semânticos) que, curiosamente têm vindo a acontecer apenas neste período pré-eleitoral e, tão-só, com pessoas da cidade da Praia. É revelador!
Olavo Correia continua nos caminhos da reincidência antidemocrática, violando princípios fundamentais da cultura republicana e, inclusive, praticando crimes eleitorais camuflados, perante o estranho silêncio da CNE (Comissão Nacional de Eleições).
Nas suas excitações facebookianas, o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças continua a publicar fotos e comentários sobre os encontros que, ao fim-de-semana, tem vindo a promover nas instalações do seu ministério.
Olavo continua a navegar na bolha, cada vez mais reduzida, dos prosélitos ventoinha, manifestando uma absoluta ausência de sentido de Estado e apoucando uma instituição da República, rebaixando-a ao nível da disputa eleitoral e da baixa política.
Um farsante em campanha
Durante mais de oito anos de governo, Olavo Correia nunca havia organizado no ministério das Finanças (e ao fim-de-semana) encontros com quem ele chama de “empreendedores” (nesta matéria, o vice sempre revelou equívocos semânticos) que, curiosamente têm vindo a acontecer apenas neste período pré-eleitoral e, tão-só, com pessoas da cidade da Praia. É revelador!
Inspirado por uma excitação “futurista”, Olavo sustenta em filosofia barata que “não temos de continuar agarrados ao passado” e que “podemos mudar o percurso das nossas vidas” (as vidas da populaça, naturalmente, que a sua vidinha já foi mudada há basto tempo e com proveitos fartamente comestíveis…).
Olavo trata-se de um farsante em despudorada campanha, isso sim!
Sentindo-se inspirado (que o homem, quando começa a falar, nem com um emplastro se cala), as únicas coisas que expõe são transpirações antidemocráticas.
A missão de Olavo
Desde os anos noventa fiel serventuário do chamado mercado (e colocado no Banco de Cabo Verde para servir esse propósito), Olavo, num rasgo de franqueza, manifesta ainda um profundo desprezo pelos trabalhadores e pelos sindicatos (os inimigos jurados do neoliberalismo), permitindo-se até defender autênticas baboseiras, que nos provocam a todos vergonha alheia.
“No dia em que um Governo qualquer começar a ceder às reivindicações todas de cada corporação será a porta aberta para o desastre!”, escreve enfático, rematando: “Afinal, quem paga os salários dos funcionários públicos não é o Governo, mas sim os contribuintes!”.
Saberá o “melhor ministro das Finanças” de África que são, precisamente, os professores a classe profissional que mais contribui em matéria de impostos?
Ele saber sabe, mas, farsante que é, gosta de lançar poeira aos olhos e à inteligência das pessoas, que ele julga serem tontas e facilmente manipuláveis. Está absolutamente enganado!
Uma tropa digital em desespero
Por último, uma referência à tropa digital ventoinha que, reagindo ao veto do presidente da República ao Plano de Carreiras e Funções do Pessoal Docente (PCFR), elaborado e aprovado pelo Governo, num primeiro momento, sustentou a peregrina ideia de que José Maria Neves estava “contra os professores”; para, num segundo tempo, confrontada com o apoio dos sindicatos ao veto, passar a sugerir que os sindicatos não representam os professores…
… no entanto, a vida é a grande escola: como justificar, então, a adesão massiva dos professores às greves dos últimos anos?
A tropa ventoinha está em desespero e nem se apercebe das contradições narrativas. Perante o desastre que se aproxima com as eleições autárquicas e, mais adiante, com as legislativas, já nem se preocupa em convencer ninguém, procura apenas, dentro do possível, manter coesa a bolha partidária cada vez mais em debandada. É como falar para o umbigo!
Isto, para não falarmos da humilhante súplica de Ulisses para que o presidente da República reconsidere a sua posição…
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