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Abraão Vicente com um desempenho abaixo das expectativas num debate muito aguardado
Colunista

Abraão Vicente com um desempenho abaixo das expectativas num debate muito aguardado

Francisco Carvalho, o atual presidente e candidato à sua própria sucessão, assim como os representantes do PTS e da UCID, tentaram trazer à tona questões relevantes, mas frequentemente se viram interrompidos ou desviados por Abrão Vicente, que parecia mais interessado em criar confusão do que em contribuir para um debate produtivo. Essa atitude não apenas prejudica a qualidade do debate, mas também desvaloriza o processo democrático, que deve ser pautado pelo respeito e pela busca de soluções coletivas. A prestação de Abrão Vicente no debate de ontem não apenas falhou em inspirar confiança, mas também levantou questões sobre a sua capacidade de liderar e de representar os interesses da população da Praia.

No debate realizado ontem entre os candidatos à presidência da Câmara Municipal da Praia, promovido pela rádio pública e moderado pelo experiente jornalista Júlio Vera Cruz, Abrão Vicente, conhecido popularmente como Korpo Rixu, não surpreendeu ninguém com a sua atuação. O evento, que deveria ser uma oportunidade para discutir propostas concretas e soluções para os desafios da cidade, foi marcado por um comportamento desrespeitoso e uma falta de clareza nas suas intervenções, revelando um preocupante déficit de inteligência emocional.

Atabalhoado nas suas intervenções, Abrão Vicente andou a meter os pés pelas mangas, misturando alhos com bugalhos, sem saber diferenciar os assuntos da competência do governo central dos que pertencem ao poder local. Essa confusão, acompanhada de indícios de déficit de atenção e de escuta ativa, fez com que Abrão Vicente parecesse mais interessado em monopolizar a palavra do que em promover um diálogo construtivo. A seu estilo de Korpo Rixu, Abrão Vicente procurou, de forma evidente, descredibilizar os outros participantes do debate, com especial destaque para o seu arquirival, Francisco Carvalho.

Outrossim, Abrão Vicente andou a autoelogiar-se sobre assuntos da governação, tentando promover-se com dossiês que, perante a opinião pública, levantam sérias questões sobre a sua competência. Essa tentativa de autopromoção, em vez de solidificar a sua imagem, apenas expôs a fragilidade da sua posição e a falta de substância nas suas afirmações.

É consabido por todos que Abrão Vicente é uma emanação de Ulisses Correia e Silva, e não reúne popularidade no seio do seu próprio partido. É caricato ter um candidato que se esforça em assumir a paternidade da morna como património da humanidade, sabendo que, quando Abrão Vicente assumiu a pasta da cultura, a morna já se encontrava no ventre da sua mãe, aguardando pelo parto que aconteceu com ele, Abrão Vicente. Essa tentativa de apropriação de um legado cultural que não lhe pertence apenas evidencia a falta de autenticidade e a desconexão com a realidade que caracteriza a sua candidatura.

Adicionalmente, Abrão Vicente é oriundo de um governo que, em 8 anos de governação, destruiu tudo de bom que encontrou e que tem criado grandes dificuldades para a população. Essa herança negativa é um fardo que Abrão Vicente carrega e que levanta sérias dúvidas sobre a sua capacidade de trazer mudanças positivas para a Praia.

Com as fraquezas demonstradas por Abrão Vicente, ficou sobejamente claro que ele não é a melhor opção que o seu partido deveria oferecer ao eleitorado. O seu desempenho no debate apenas reforçou a ideia de que Abrão Vicente não está à altura das expectativas da população. Por isso, merece um cartão vermelho no dia 1 de dezembro próximo, um sinal claro de que os cidadãos da Praia estão prontos para exigir uma liderança mais competente e comprometida com os seus interesses.

Abrão Vicente escancarou toda a sua fraqueza em autodomínio e autocontrolo, consolidando a percepção de que ele é um impostor arrogante, solto na política praticada pela ala extremista do MpD. Desde o início do debate, a expectativa era de que os candidatos apresentassem suas visões e planos para a Praia, um município que enfrenta diversos problemas sociais, económicos e infraestruturais. No entanto, Abrão Vicente desviou-se repetidamente dos temas em pauta, optando por uma abordagem que mais parecia uma tentativa de descredibilizar os seus adversários do que uma apresentação de propostas viáveis.

Ademais, Abrão Vicente, visto pela comunidade como um "pau de mandado" de Correia e Silva, apresentou informações questionáveis ao tentar caluniar o seu principal adversário, utilizando argumentos falaciosos meticulosamente construídos pelo gabinete da ala mais radical do seu partido. Essa estratégia não só desrespeitou a figura de Francisco Carvalho, como também desvirtuou o propósito do debate, que deveria ser centrado em propostas e soluções.

A postura de Abrão Vicente, que incluiu ataques pessoais e uma retórica vazia, não apenas desrespeitou os outros candidatos, mas também os cidadãos que esperavam ouvir ideias concretas. Em vez de discutir políticas públicas e soluções para os problemas da comunidade, Abrão Vicente apresentou propostas sem nexo, que não se conectam com as necessidades reais da população. Essa falta de uma agenda clara e focada demonstrou uma desconexão preocupante com a realidade que os munícipes enfrentam diariamente.

Francisco Carvalho, o atual presidente e candidato à sua própria sucessão, assim como os representantes do PTS e da UCID, tentaram trazer à tona questões relevantes, mas frequentemente se viram interrompidos ou desviados por Abrão Vicente, que parecia mais interessado em criar confusão do que em contribuir para um debate produtivo. Essa atitude não apenas prejudica a qualidade do debate, mas também desvaloriza o processo democrático, que deve ser pautado pelo respeito e pela busca de soluções coletivas.

A prestação de Abrão Vicente no debate de ontem não apenas falhou em inspirar confiança, mas também levantou questões sobre a sua capacidade de liderar e de representar os interesses da população da Praia. A política deve ser um espaço de diálogo e construção conjunta, e o comportamento desrespeitoso e a falta de substância nas propostas apresentadas por Abrão Vicente são um claro sinal de que ele não está à altura das expectativas que a população tem para o futuro da Praia.

Para finalizar, o debate de ontem, moderado com competência por Júlio Vera Cruz, serviu para evidenciar as fraquezas de Abrão Vicente como candidato. Nesse contexto, era fundamental que os candidatos se apresentassem com propostas claras e respeitosas, que realmente abordassem os desafios que a Praia enfrenta. A análise da prestação de Abrão Vicente deve ser um alerta para todos os eleitores: a política não deve ser um palco para ataques pessoais, mas sim um espaço para a construção de um futuro melhor para todos. Os cidadãos da Praia merecem mais e, no dia 1 de dezembro, devem fazer valer a sua voz e exigir uma liderança que não apenas prometa, mas que efetivamente entregue soluções concretas e eficazes para os desafios que enfrentam. É hora de um novo rumo, de uma nova esperança e, acima de tudo, de um compromisso real com o bem-estar da comunidade. A mudança começa agora, e os eleitores têm o poder de moldar o futuro que desejam para Praia e Cabo Verde, garantindo que suas necessidades e aspirações sejam verdadeiramente atendidas.

Georgia, U.S.A.,

14-11-2024

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Comentários

  • Manuel Graciano Moreno Rocha, 15 de Nov de 2024

    “Yá”, meu caro MA, neste debate, Abrão Vicente esteve mal, acho que desceu de nível, até, porquanto, em determinados momentos, ele quis substituir-se aos tribunais, tentando julgar e sentenciar ao Candidato Francisco Carvalho, sem razões aparentes para tal, porquanto, à luz do nº7 do art. 211º da CR, “as decisões dos tribunais prevalecem sobre as de quaisquer autoridades". Portanto não vale a pena imiscuir-se.
    Ora, AV fez mta violência verbal. E o tom? Foi um antidemocrata.

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  • Casimiro centeio, 15 de Nov de 2024

    Caro Manuel Alves,
    Ninguém pode dar o que não tem !
    Uma marmita vazia pode produzir o som mais estrondoso, mais audível,assim como um arrogante, de mente ocupada pela vaidade, mentiras e astúcias pode berrar, fazendo barulho, onomatopeiando, mas sem dizer nada.

    Responder


  • Casimiro centeio, 15 de Nov de 2024

    Caro Manuel Alves,
    Ninguém pode dar o que não tem !
    Uma marmita vazia pode produzir o som mais estrondoso, mais audível,assim como um arrogante, de mente ocupada pela vaidade, mentiras e astúcias pode berrar, fazendo barulho, onomatopeiando, mas sem dizer nada.

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