Seca. Quase metade da verba do programa de emergência já foi gasta
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Seca. Quase metade da verba do programa de emergência já foi gasta

Os parceiros de Cabo Verde já desembolsaram 880 mil 520 contos dos 1,2 milhões de contos escudos do orçamento para o programa de emergência para atenuar os efeitos da seca e do mau ano agrícola. Desse montante, 48,3% já foram utilizados, ou seja, quase metade do total disponível.

As informações constam do relatório sobre os resultados da 1ª avaliação do “Programa de emergência para atenuar os efeitos da seca e do mau ano agrícola 2017/2018”, hoje apresentado aos parceiros na Cidade da Praia, numa cerimónia co-presidida pelo ministro dos Negócios Estrangeiros e Comunidades, Luís Filipe Tavares, e pelo ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva.

De acordo com o relatório do programa, que teve início em Dezembro de 2017 e termina em Outubro de 2018, o maior doador do país é a União Europeia, que deve disponibilizar 780 milhões de escudos dos 1.124.780.000 escudos orçamentados, sendo que a cinco meses do fim, 17 câmaras municipais já apresentaram relatório da implementação do programa.

O mesmo documento, apresentado pela técnica do Ministério da Agricultura e Ambiente, Lígia Matos, refere que o programa de emergência para atenuar os efeitos da seca e do mau ano agrícola já criou 19.257 postos de trabalho nas comunidades, na sua maioria no concelho de Santa Catarina, na ilha de Santiago, que gerou 5.823 empregos.

Em declarações à imprensa depois da apresentação do relatório, o ministro Luís Filipe Tavares afirmou que, pelas informações disponibilizadas, já foram implementadas quase 60 por cento (%) das acções previstas no programa, nomeadamente a mobilização de milhares de metros cúbicos de água para salvamento de mais de 150 mil cabeças de gado.

“Sabemos que nem tudo é feito de acordo com aquilo que seria o ideal, mas o percurso faz-se caminhando. Nós estamos a caminhar com muita seriedade e cremos que o impacto final deste plano vai ser muito positivo para a melhoria das condições de vida das nossas populações rurais”, frisou.

Quanto aos quase 20 mil postos de emprego criados, o governante esclareceu que são empregos produtivos para resolver as situações das famílias, permitindo-lhe terem rendimentos para fazer face à situação actual, sublinhando que o objectivo é, até ao final do programa, criar cerca de 30 mil postos de trabalho.

Entretanto, Luís Filipe Tavares assegurou que, no âmbito da política do Governo, estão a fazer-se investimentos para a criação de mais de 45 mil empregos durante esta legislatura, conforme o executivo prometeu.

“A nossa preocupação é criarmos capacidade de resiliência no nosso país, para permitir que Cabo Verde tenha capacidade de enfrentar essas adversidades climáticas e para que esses maus anos agrícolas não sejam sempre um Deus nos acuda”, disse, notando que a seca de 2017 é a mais grave dos últimos 36 anos no arquipélago.

Presentes no evento estiveram, entre outros parceiros internacionais, a embaixadora da União Europeia em Cabo Verde, Sofia Moreira de Sousa, a embaixadora de Portugal, Helena Paiva, a embaixadora da Espanha, Caridad Batalla Junco, e o representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) em Cabo Verde, Rémi Nono Womdim.

Com Inforpress

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