O jornalista Daniel Almeida e o jornal A Nação foram constituídos arguidos pelo Ministério Público, tendo sido convocados a comparecer na Procuradoria-geral da República na sexta-feira, 04, para serem ouvidos.
Entretanto, contactado pela Inforpress, o jornalista Daniel Medina explicou que a intimação não especifica o motivo, porém considerou que a nota poderá estar ligada ao processo de investigação do caso Zezito Denti D´Oru.
“Nós publicamos três edições sobre o caso Zezito Denti D´Oru, por isso presumimos que é sobre o assunto”, disse, salientando também que o jornal a Nação tem estado a fazer algumas matérias com “uma certa acutilância e incómodas a muita gente”.
Segundo Daniel Almeida, que é também editor do jornal A Nação, vão marcar presença na Procuradoria-geral da República “com tranquilidade”, pois, acrescentou, a instituição presta um serviço público.
Por outro lado, informou que nos últimos tempos o órgão de comunicação tem estado sob pressão com vários processos, sendo esta intimação “mais uma tentativa de silenciamento da imprensa livre”.
“Temos vários processos, como pedidos de indemnização de 160 mil contos, outros de três mil contos, de magistrados, de empresários e do Banco de Cabo Verde, entre outros”, apontou.
Mesmo assim, assegurou, apesar dos processos, o jornalista e a jornal não vão parar de fazer o seu trabalho, ou seja, produzir matérias que são de interesse público, “sem medo de qualquer processo”, cujo objectivo, concretizou, “é intimidar a imprensa livre”.
Também o jornalista Hermínio Silves e o jornal online Santiago Magazine foram constituídos arguidos e acusados de crime de desobediência qualificada, no processo de investigação sobre crime de violação de direito de justiça aberto pelo Ministério Público, no caso Zezito Denti D´Oru.
Em causa está a publicação a 28 de Dezembro do ano passado, pelo jornal online Santiago Magazine, da notícia intitulada “Narcotráfico Ministério Público investiga ministro Paulo Rocha por homicídio agravado” que dava conta que Ministério Público está a investigar o ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, por homicídio agravado.
O caso publicado pelo diário digital Santiago Magazine remonta a 2014, quando o actual ministro da Administração Interna era director-adjunto da polícia judiciária e o cidadão Zezinho Denti D’Oru, suposto assassínio da mãe de uma inspectora da polícia judiciária que investigava o caso de narcotráfico – Lancha Voadora foi morta numa operação da PJ.
O caso suscitou várias reacções com a Associação Sindical dos Jornalistas (AJOC) a solicitar apoio internacional para dar um basta naquilo que classifica de atentado a liberdade da imprensa livre,
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